O momento que estamos vivendo tem transformado o mundo numa enorme bússola sem direção. Quando vasculhamos a nossa história não encontramos situação semelhante que nos conduza a um processo racional para a interpretação dos fatos.
Na tentativa de encontrar razões, dentro de um padrão lógico, para os últimos acontecimentos, cometemos erros ainda maiores, pois, dispondo de pouquíssimas informações concretas, corroboramos para aumentar a confusão e, sem perceber, agimos como desejam as cabeças diabólicas.
A bomba-relógio, que há muito tempo poderia ter sido desarmada se não houvesse omissão, ganância e estratégias erradas das lideranças, infelizmente transformou o mundo no império do medo. E, agora, não podemos minimizar os acontecimentos a partir de uma visão dualista.
A questão é complexa, e não pode ser vista como uma guerra entre o bem e o mal, ação e reação.
A vida tem razões que a própria razão desconhece. A nossa condição humana somente exige calma e bom senso para que uma grande reflexão inteligente nos abra os rumos da reconstrução de uma sociedade harmônica e livre. Sartre já dizia que quando o homem percebe que existe e que um dia terá de morrer, sobretudo quando não vê qualquer sentido nisso, ele passa a experimentar o medo. Então, o homem, segundo Sartre, aliena-se num mundo sem sentido, que o leva a uma sensação de desespero e tédio.
O respeito ao próximo, neste momento atribulado que vivemos, deveria ser estratégia de guerra contra o sentimento de superioridade.
Os nossos problemas sempre começam quando invadimos o espaço do outro, ou sem permissão ou para impor. A nossa vida somente tem sentido maior quando sabemos conviver com a diversidade, compreender as culturas e trabalhar pela solidariedade.
Luis Norberto Pascoal é empresário, empreendedor e incentivador de projetos ligados à educação e à sustentabilidade. A Fundação Educar Dpaschoal é um dos pilares de seu trabalho voltado ao desenvolvimento humano e social