A rede municipal de ensino de Campinas teve baixa adesão presencial nesta segunda-feira (2), no primeiro dia de horário ampliado e revezamento semanal. No retorno das aulas no segundo semestre, as 208 escolas municipais receberam 7.356 alunos da Educação Infantil e do Ensino Fundamental, uma adesão de 27%. Na rede particular, a adesão presencial foi significativamente maior. De acordo com a Associação das Escolas Particulares de Campinas, chegou a 80%.
As regiões Sul e Norte foram as que mais registraram presença na rede municipal. Juntas, somaram, nos períodos da manhã e tarde, 3.537 estudantes. Nesta fase de transição, as escolas municipais podem atender, em forma de rodízio semanal, até 27.371 alunos, do total de 54.741 matriculados. Enquanto uma turma frequenta as aulas presenciais, a outra faz atividades por meio da plataforma digital.
Até então, os alunos estavam divididos em três turmas e assistiam às aulas presenciais a cada duas semanas.
“Estamos em uma nova fase de transição. As escolas da rede municipal poderão receber até 50% dos alunos, levando em conta sua capacidade e desde que respeitem todos os protocolos sanitários”, explica o diretor pedagógico Luiz Roberto Marighetti.
De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, o retorno às aulas presenciais não é obrigatório. Os pais e responsáveis é quem deve decidir se os estudantes retornam presencialmente ou seguem acompanhando as atividades de forma remota.
As creches começaram a atender das 7h às 14h. Até então, as crianças permaneciam nas unidades das 7h às 11h. Em relação à pré-escola, Ensino Fundamental e Educação de Jovens e Adultos, o turno aumentou de 3 para 4 horas diárias.
Não haverá revezamento semanal para os alunos das oito Escolas de Educação Integral (EEI). Para eles, as aulas presenciais acontecem todos os dias, sendo três horas em cada período (manhã e tarde).
O governo liberou no mês passado a volta às atividades presenciais sem limitação de ocupação, para as escolas da rede estadual e particulares, desde que respeitado o distanciamento de pelo menos 1 metro entre os estudantes.
Escolas particulares
Thiara Pédico, gestora educacional da Escola Brasinha e Colégio Lyon diz que a adesão foi ainda maior nas duas unidades. “Voltaram cerca de 85% dos alunos. A gente já sabia que a adesão seria alta porque tinha feito uma pesquisa na semana passada para organizar o espaçamento de 1 metro entre os alunos. A gente está bem contente”, comenta.
“Os alunos voltaram numa alegria tão grande que só vendo. Tinha aluno que estava havia um ano e meio sem vir. Então, esse retorno é muito bom, não só pela questão cognitiva, mas para a questão social e emocional também. É um passo importante”, avalia Thiara Pédico, gestora educacional da Escola Brasinha e Colégio Lyon.
De acordo com ela, o mais importante agora é recuperar o convívio. “É preciso aprender novamente a conviver com os pares Além disso, na semana que vem vamos ter simulado presencial do Enem, no período oposto ao das aulas. É uma forma de incentivar, motivar os alunos que vão prestar vestibular no final do ano. É um estímulo a mais nesse retorno”, avalia.
O Colégio Oficina do Estudante optou por permitir o retorno de apenas 50% de seus alunos ao ensino presencial. ” A opção nesse primeiro momento por mantermos o rodízio deve-se ao fato de os alunos estarem retornando de férias, as famílias estarem retornando de alguma viagem que tenham feito. Acreditamos que seja mais cauteloso e mais prudente a gente ter um distanciamento maior dos alunos dentro do colégio para evitar qualquer contaminação, enfim, evitar qualquer situação de insegurança que esse retorno de imediato com todos os alunos possa trazer”, diz Antunes Rafael, diretor pedagógico da Unidade Brasil do colégio.
” A opção nesse primeiro momento por mantermos o rodízio deve-se ao fato de os alunos estarem retornando de férias”, afirma Antunes Rafael, do Colégio Oficina do Estudante
O colégio não divulgou a porcentagem de alunos que voltaram ao ensino presencial nesta segunda-feira, mas informou que está preparado. “Neste segundo semestre já estamos preparados para um avanço no número de alunos a serem recebidos, a partir do dia 9, mas por cautela, por precaução, vamos por um início ainda escalonado. Preferimos segurar um pouco nessa primeira semana para que a gente possa avançar com esse percentual de alunos todos os dias a partir do dia 9”, explica o diretor pedagógico.
A assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado não informou o percentual de alunos em sala de aula nessa segunda-feira em Campinas.