A Secretaria de Estado da Saúde, por meio de laudo emitido pelo Instituto Adolfo Lutz, confirmou nesta segunda-feira (12) que a dentista Mariana Giordano, de 36 anos, morreu mesmo de febre maculosa. A doença, gravíssima e de rápida evolução, era uma das hipóteses mais prováveis que vinham sendo consideradas por especialistas da área.
A dentista e o namorado, o piloto Douglas Costa, de 42, tinham visitado duas áreas rurais de Campinas, além de Monte Verde, em Minas Gerais. Não é possível afirmar com exatidão que a contaminação ocorreu em Campinas. Mas a cidade é uma das áreas de risco para a doença no País.
O piloto Douglas Costa, de 42 anos, morador de Jundiaí, faleceu na última quinta-feira (8) em sua cidade. No mesmo dia, a namorada dele, a dentista Mariana Giordano, morreu em um hospital da capital paulista.
Ambos apresentaram febre, dores no corpo, manchas na pele e evoluíram rapidamente para óbito.
As amostras biológicas colhidas dos dois foi enviada ao Instituto Adolfo Lutz, na Capital, para definição do diagnóstico. A febre maculosa tem notificação compulsória, assim como a leptospirose, outra hipótese que estava sendo cogitada. O exame de Douglas ainda não foi divulgado.
Feijoada do Rosa
O casal esteve em Campinas no dia 27 de maio, um sábado, a Fazenda Santa Margarida, para o evento Feijoada do Rosa. A área fica nas imediações da Rodovia D. Pedro, perto do Rio Atibaia, na região do distrito de Joaquim Egídio. Com muito verde e gramados na parte interna da propriedade, o local pode ter sido o ponto da infecção. Mas não há comprovação.
O entorno é considerado área de infestação do carrapato que se hospeda em capivaras e cavalos. Quando o carrapato está infectado pela bactéria do gênero Rickettsia, ele é um potencial transmissor da doença.
A febre maculosa é uma infecção grave, transmitida pelo carrapato estrela infectado.
A Secretaria de Saúde de Campinas confirmou duas mortes por febre maculosa neste ano no município. As vítimas (um homem e uma mulher) tinham 47 e 62 anos e ambos viviam na região de Sousas. Em 2022, foram 11 casos, com sete mortes.
Orientação da Vigilância
Caso a pessoa passe por áreas de vegetação, mato ou pastos, especialmente próximas de cursos hídricos, onde há presença de cavalos e capivaras, deve ficar atenta, por cerca de 15 dias, aos sintomas da doença, que são febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo.
Depois de irem à Feijoada do Rosa, no dia 27 de maio, o casal viajou para Monte Verde, Sul de Minas Gerais. Os sintomas de Mariana começaram no dia 3 de junho, uma semana depois da ida à Fazenda Santa Margarida, o que combina com a janela imunológica.