O primeiro Boletim Epidemiológico de Mortalidade no Trânsito de Campinas mostra que o isolamento social imposto pela pandemia não impactou positivamente nos índices de acidentes de trânsito na cidade. Também aponta que o álcool e o excesso de velocidade são as principais causas de acidentes. O boletim foi divulgado pelo Departamento de Vigilância em Saúde (Devisa), da Secretaria de Saúde de Campinas, nesta terça-feira (18).
“As pessoas cometeram mais erros por conta da redução de fluxo. As imprudências acabaram sendo mais evidentes”, analisa a enfermeira do Devisa, Ana Paula Crivelaro. “O álcool continua sendo a principal causa para os acidentes – tanto urbanos (respondendo por 26,10%) quanto rodoviários (com 29,10%), o que mostra a necessidade de mais campanhas de conscientização e fiscalização”, acrescenta.
Na área urbana, foi possível identificar que o álcool é seguido pelo excesso de velocidade (23,90%), desrespeito às leis do trânsito (14,80%) e pelas atitudes imprudentes de pedestres (11,30%) quando se diz respeito aos fatores e condutas de risco desses acidentes. Já nos rodoviários, as atitudes imprudentes dos pedestres estão em segundo lugar com 22,10%, seguida pela velocidade (15,10%) e seguido da distância entre veículos (9,30%).
Os motociclistas são as principais vítimas do tráfego urbano, enquanto os pedestres são as do rodoviário, o que pode ser explicado pela existência de áreas de comunidades na beira das estradas em que os moradores atravessam e se arriscam com mais frequência.
Outros dados trazidos pelo boletim são os que mostram o perfil do local e horário do acidente. A frequência maior é no período da noite, que responde por 45,8% dos acidentes e o domingo é o dia com maior ocorrência (24 dos acidentes foram neste dia). A grande maioria das vítimas é do sexo masculino, foram 106 homens e 17 mulheres, e dada a gravidade dos acidentes, 62% morrem no local e 38% nas unidades hospitalares.
Boletim
Um Comitê Intersetorial de Análise de Óbitos por Acidentes de Trânsito realizou o estudo, com base em 124 acidentes com registro de óbitos em Campinas – foram 64 decorrentes de acidentes nas vias rodoviárias e 60 de acidentes nas vias urbanas. Os dados considerados são os disponíveis no banco do Programa Respeito a VIDA do estado de São Paulo (Infosiga), associados aos dados do Sistema de Informação de Mortalidade (SIM) Municipal e pela Emdec – Banco de Acidentes.
Segundo a enfermeira do Devisa, o boletim tem como foco principal trazer uma análise intersetorial relacionados aos óbitos por acidente de trânsito no município como um todo. A metodologia utilizada – de óbitos até 30 dias após o acidente – é a proposta pelo Ministério da Saúde e pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)”, afirmou.
De acordo com ela, por meio da análise, é possível traçar onde e quais são as melhorias que precisam ser feitas, permitindo fazer um planejamento efetivo e assertivo, incluindo a necessidade de ações educativas para a população.
O boletim pode ser consultado integralmente no link: https://conteudo.campinas.sp.gov.br//sites/conteudo.campinas.sp.gov.br/files/arquivo-comunicacao/05-2021/boletim-epidemiologico-de-mortalidade-no-transitoversao-final-14-05-15h.pdf.