Após empate por 0 a 0 durante 90 minutos, o Guarani foi derrotado pelo Mirassol por 4 a 3 nas disputas de pênaltis e está eliminado do Campeonato Paulista. Depois da partida, o técnico Allan Aal concedeu entrevista coletiva, lamentou o resultado ruim e explicou a falta de efetividade da equipe no confronto decisivo. “A gente lamenta demais e, justamente por isso, acho que, no tempo normal, nós poderíamos vencer a partida, tivemos as melhores oportunidades. Um jogo muito difícil, como qualquer decisão, mas tivemos a maior parte do jogo controlado e buscando sempre a vitória. Infelizmente não aconteceu. Nos pênaltis, tivemos a infelicidade de não converter, e o adversário teve a competência de converter a maior parte das suas cobranças”, declarou.
“Acho que, por se tratar de um jogo decisivo, uma partida única, a gente poderia ter definido a partida no tempo normal. Tivemos as melhores oportunidades, um jogo muito difícil, como era de se esperar. Uma partida, no começo principalmente, truncada, mas a gente poderia ter acreditado um pouquinho mais nos lances de bola de fundo, um pouquinho mais nas nossas finalizações, que sempre fizeram a diferença a nosso favor. Porém não faltou entrega, não faltou luta, mas faltou um pouquinho mais essa gana de fazer o gol. Isso a gente vai conversar com os atletas, trabalhar principalmente, para que a gente possa iniciar uma Série B consistente e buscando algo maior”, projetou o comandante que está pressionado.
Questionado sobre os erros de Airton e Pablo nas cobranças de pênaltis, o treinador alviverde lembrou da pressão no momento decisivo, elogiou a dedicação dos atletas nos treinamentos e valorizou o desempenho do goleiro Alex Muralha para levar a melhor.
“Pênalti a questão é muito emocional. A gente trabalha, treina, mas é um ambiente diferente de treinamento, uma responsabilidade diferente. E eu tenho certeza que os atletas procuraram fazer o seu melhor na cobrança de pênalti, mas infelizmente também do outro lado, o adversário treina, o goleiro treina para poder defender. E saímos nas cobranças de pênaltis, mas eu acredito que no tempo normal, as melhores oportunidades estiveram nos nossos pés”, afirmou.
Vice-líder do Grupo D na primeira fase da competição, o Bugre chegou às quartas de final após nove anos com quatro vitórias, dois empates, seis derrotas e 14 pontos conquistados. Apesar de o número de derrotas ser maior que o de vitórias, o treinador alviverde valorizou a participação do time campineiro e elogiou os adversários na competição.
“Acho que o Campeonato Paulista é um parâmetro muito bom para aquilo que a gente vai enfrentar na Série B. São equipes muito qualificadas, estruturadas. E vou até além. Acredito que muitas equipes que nós enfrentamos aqui na competição, não só de Série A, mas também de outras séries do Brasileiro, nós não vamos enfrentar com o mesmo nível na Série B. Então uma expectativa muito grande, muito boa, teremos praticamente duas semanas para trabalhar, recuperar bem os atletas, que foi uma maratona muito puxada de jogos, praticamente três jogos a cada nove dias”, destacou.
“A gente sabe que tem muito para entregar, como a gente entregou hoje. E como eu falei, expectativa de um bom início de Série B, e caminhada longa, que a Série B continua cada vez maior, até pelo desempenho de hoje, que nos deixou com a possibilidade de vencer no tempo normal, mas infelizmente não aconteceu”, lamentou o técnico.
Lesões e arbitragem
Durante o confronto decisivo frente ao Mirassol, o Guarani acabou sofrendo com as lesões do atacante Júlio César e do volante Rodrigo Andrade que precisaram ser substituídos por Renanzinho e Índio, respectivamente. Aal lamentou a saída dos dois atletas e também criticou a arbitragem por conta de jogadas consideradas por ele como “desleais”.
“São jogadores importantes, que têm uma característica muito ofensiva, principalmente o Rodrigo Andrade, que é quase um meia jogando como um volante. O Júlio não teve nem muito tempo para poder render aquilo que a gente sabe que pode render, mas os jogadores que entraram fora muito bem, principalmente na parte ofensiva”, frisou.
“Infelizmente perdemos depois, também por lesão, e eu não gosto de falar de arbitragem, mas dois jogadores extremos, o Júlio César e o Matheus Souza em jogadas, na minha opinião, desleais. E acabamos perdendo jogadores. E o Rodrigo Andrade mais por uma questão muscular mesmo, de fadiga. Mas o Renan é um jogador que mostra que pode nos ajudar como vinha fazendo. O Índio entrou bem também, mas o jogador que inicia a partida está em um ritmo maior, uma intensidade maior”, finalizou.