As previsões de aumento de faturamento no Dia das Crianças se confirmaram, porém, os números do comércio de Campinas e região foram influenciados negativamente pela alta da inflação e dos juros, que provocam perda do poder de compra. No geral, o comércio varejista da Região Metropolitana de Campinas registrou crescimento de 1,86% em comparação com igual período de 2020, quando houve redução de 2,58% no volume, devido à pandemia da Covid-19.
De acordo com os dados da Associação Comercial e Industrial de Campinas, as vendas do comércio eletrônico referentes ao Dia das Crianças atingiram alta de 19,5% em relação ao ano passado, passando de R$ 106,3 milhões a R$ 127 milhões na RMC. O faturamento passou de R$ 416,9 milhões no ano passado para R$ 424,6 milhões, este ano.
Em Campinas, o crescimento nas vendas acompanhou o da RMC (1,86%), com movimentação financeira de R$ 213,4 milhões este ano, contra R$ 209,5 milhões, em 2020.
Balanço de setembro
O comércio varejista na Região Metropolitana de Campinas faturou, em setembro, R$ 2,640 bilhões, cerca de 2,92% acima de setembro de 2020 (R$ 2,566 bilhões). Na comparação com agosto deste ano, o montante teve queda de 3,24%. Já o comércio eletrônico cresceu 29,5%, saltando de R$ 155,1 milhões, em agosto, para R$ 200,8 milhões, em setembro.
Em Campinas, as lojas físicas faturaram, em setembro de 2021, R$ 1,115 milhão, de acordo com os dados da Boa Vista – SCPC avaliados em função do nível de faturamento. O valor também mostra uma redução de 3,24% em relação a agosto deste ano e uma elevação de 0,42% em relação ao mesmo mês de 2020.
Foi considerável o efeito inflacionário em 2021, segundo o economista e diretor da Acic, Laerte Martins. “A forte elevação dos preços dos produtos, principalmente de primeira necessidade, está provocando o retorno da inflação, que atingiu 10,25% em relação aos últimos 12 meses e alcançou a marca de dois dígitos pela primeira vez, desde julho de 1994, quando da implantação do Plano Real.”
“No acumulado do ano (janeiro a setembro), a taxa já atingiu os 6,9% e, com isso, os juros se elevam, por meio da Selic, o Real se desvaloriza, e o câmbio sobe, resultando na perda do poder de compra dos consumidores. Somam-se a estes indicadores econômicos negativos os efeitos da pandemia e o fato de setembro ter um dia a menos”, completa Martins.
Inadimplência
Para confirmar o impacto, em Campinas, a inadimplência de setembro de 2021, na comparação com o mesmo mês de 2020, teve uma elevação de 1,55%. Foram 207.441 carnês/boletos não pagos, que correspondem a R$ 149,4 milhões em valores de endividamento dos consumidores. Na RMC, há um acúmulo de 493.907 carnês/boletos não pagos no período, o que corresponde a R$ 355,6 milhões em valores de endividamento.