Um dia depois de divulgar nota na qual anunciava que abriria mão “neste momento” de sua pré-candidatura à Presidência e se filiaria ao União Brasil, o ex-juiz Sérgio Moro afirmou nesta sexta-feira (1), em um pronunciamento à imprensa, que não desistiu “de nada”, mas que não pretende concorrer a deputado federal, como vinha sendo cogitado. A declaração provocou imediata reação da ala oriunda do DEM no União Brasil.
O secretário-geral do partido, ACM Neto, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, disseram que vão pedir a desfiliação do ex-juiz caso ele não desista de ser candidato a presidente.
A filiação do ex-juiz Sergio Moro à União Brasil escancarou as divisões internas do partido, formado pela junção de PSL e DEM.
Enquanto parlamentares oriundos do primeiro articularam a entrada de Moro, os egressos do DEM disseram que vão pedir a impugnação de sua filiação. A forma como a filiação se deu e o recuo na desistência de candidatar-se à Presidência da República desagradaram os egressos do DEM, que viram amadorismo na movimentação.
Um parlamentar ouvido sob reserva afirma que na política “há rituais” e que essa decisão não pode ser tomada sem consultar o partido. Primeiro, era preciso saber se haverá candidatura própria, e segundo, quem liderará esse projeto. Os ex-DEM apostam que vencerão a queda de braço porque o estatuto da legenda impõe votação com dois terços dos votos em questões como essa. E nessa articulação, confiam que o amadorismo dos integrantes do PSL será fatal para sustentar Moro no partido.
Até este sábado de manhã, o futuro político de Moro seguia incerto.
Edição de Chico Bruno/Time Carlos Brickmann