A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso das vacinas Sputnik V e Covaxin, após pouco mais de sete horas de debates. Ficou decidido que estados e o governo federal podem utilizar os imunizantes, mas de forma controlada e cumprindo várias condicionantes para aplicação na população. A liberação envolve somente lotes específicos trazidos de fora e não significa aprovação de uso emergencial pela agência – a Anvisa pode suspender o uso dos imunizantes a qualquer momento.
A importação, no caso da Sputnik, deverá ser restrita ao total de doses referente a 1% da população, e a aplicação deverá ser destinada a maiores de 18 anos e menores de 60 anos. O uso por gestantes e pessoas com comorbidades não foi recomendado. Já a Covaxin, a liberação é para 4 milhões de doses.
Além disso, a Anvisa deverá ser comunicada sobre eventuais eventos adversos nas pessoas que forem imunizadas. Somente poderão ser utilizadas vacinas oriundas de fábricas inspecionadas pela agência.
Agora são seis as vacinas contra covid-19 com uso autorizado no Brasil. Antes, a Anvisa já havia liberado as vacinas CoronaVac, AstraZeneca/Fiocruz, Pfizer e Janssen.
O Ministério da Saúde tem contrato de compra com a indiana Covaxin no total de 20 milhões de doses. A Sputnik V poderá ter doses importadas diretamente pelos Estados.
O relator do processo de importação das vacinas Sputnik V e Covaxin, Alex Machado Campos entendeu Campos, disse que após a negativa da Anvisa para uso da Covaxin, as pendências sobre as etapas de boas práticas na produção foram resolvidas. No caso da Sputnik V, após a decisão que rejeitou a importação, passou-se a admitir o uso do imunizante, mas com várias condicionantes, a partir da nova documentação apresentada por diversos governadores.
Novas cepas
Para o relator, diante do surgimento de novas cepas e o agravamento da pandemia, a Anvisa deve promover a proteção da saúde da população, mitigando os riscos de segurança, eficácia e qualidade dos imunizantes.
“O contexto sanitário que nosso país atravessa nos põe diante da necessidade de viabilizar o maior número de vacinas e medicamentos. Todo esforço se volta ao propósito de amenizar o sofrimento da população, abrandar angústias dos gestores públicos e combater o esgotamento de nossos profissionais de saúde”, afirmou.