“Agosto Dourado” é o mês de incentivo à amamentação e dados do Ministério da Saúde apontam a importância desse estímulo. Os índices nacionais do aleitamento materno exclusivo entre crianças menores de seis meses aumentaram de 2,9%, em 1986, para 45,7% em 2020. Já o aleitamento para crianças menores de quatro anos passou de 4,7% para 60% no mesmo período.
O apoio à amamentação dos bebês ainda na maternidade é um fator que colabora para tornar concreto o sonho de grande parte das mulheres que se tornam mães.
Segundo a equipe de enfermagem do Vera Cruz Hospital, de Campinas, a genitora precisa de cuidados, apoio e alguém que lhe passe segurança para ela se desenvolver como mãe. “E é isso que a equipe de enfermagem, dia após dia, proporciona. Este apoio inicial, tão importante no início desse caminho cheio de aprendizados, que é o da amamentação. Orientamos a pega, a massagem para a descida do leite, a ordenha, a posição para amamentar, entre outras dúvidas que surgirem”, explica a enfermeira especialista em Saúde da Mulher do Vera Cruz Hospital, Izabela Fernandes Bertolotto.

De acordo com o médico neonatologista do Vera Cruz Hospital, Abimael Aranha Netto, o leite materno é o melhor alimento para os bebês, pois supre todas as necessidades nutricionais até os seis meses de idade, sem a necessidade de outros alimentos. “O aleitamento materno protege a criança de doenças como diarreia, infecções respiratórias e alergias, além de evitar o risco de desenvolver hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade na vida adulta”, exemplifica.
O leite materno é um alimento completo, pois tem a composição nutricional balanceada para otimizar o crescimento e o desenvolvimento saudável da criança. “Sua composição fornece a água necessária para manter o bebê hidratado e se encontra na temperatura certa para ser ingerido. Ela também favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando a evolução da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição”, adiciona.
Além disso, o aleitamento materno é um forte indutor da criação do vínculo afetivo entre mãe e filho. “Há também estudos que sugerem que as crianças amamentadas ao seio são mais tranquilas do que as que recebem fórmulas lácteas”, conclui Netto.
Dados da ONU reforçam a importância do aleitamento. Se todos os bebês fossem amamentados nos seus dois primeiros anos, seria possível salvar a vida de mais de 820 mil crianças com menos de cinco anos no mundo, todos os anos. Segundo o Ministério da Saúde, a amamentação é a forma mais eficiente na redução das taxas de mortalidade de crianças desta faixa etária: 13%. O órgão ainda recomenda a amamentação até os dois anos de idade ou mais e, de forma exclusiva, nos seis primeiros meses de vida, mesmo nas mães com casos confirmados de Covid-19.