Pesquisa recente [nos EUA], com mais de dois mil adolescentes e jovens até 24 anos de idade, associou o consumo de “vapers” contendo nicotina (psicoativo presente no tabaco) e THC (presente na Cannabis) ao aumento dos casos de depressão e ansiedade por adolescentes e jovens adultos.
Segundo a publicação do site especializado Healthline (1), cerca de 70% dos usuários de cigarros eletrônicos carregados somente com THC e 60% dos usuários que utilizavam nicotina e/ou THC nos dispositivos relataram sintomas de ansiedade e ataques de pânico. Entre os não usuários de vapers, a prevalência desses sintomas foi mais baixa: na casa de 40%.
Além disso, mais da metade dos usuários de vapers (seja com nicotina ou THC) relataram sentir depressão e prejuízos diversos no trabalho, escola e relacionamentos sociais. Isso comparado a 25% dos que não faziam uso dos cigarros eletrônicos.
Não menos preocupante. Mais de 50% dos usuários de vapers relataram ter ideação suicida – em comparação com cerca de um terço dos não usuários.
E nem estamos contando no cardápio da tragédia os “edibles” e bebidas (jujubas, algodão doce, cookies, achocolatados) contendo THC – como se almeja no PL (Projeto de Lei) 399/15.
Aí surgem as perguntas tanto inevitáveis quanto necessárias:
Para que mesmo legalizar cigarro eletrônico no país?
E quem irá ganhar bilhões de dólares colocando a maconha na padaria, mercados, lojas de conveniência e cantinas estudantis?
Tudo bem, dizem.
Nicotina é ritual de passagem para graves lesões pulmonares e câncer.
Maconha é somente um “suplemento alimentar” para a papinha do bebê.
(1) https://www.healthline.com/health-news/how-vaping-nicotine-and-thc-may-increase-depression-anxiety-in-teens-and-young-adults – [Livremente traduzido e resumido]
Guilherme Athayde R. Franco é Promotor de Justiça de Campinas/Especialista em Dependência Química pela UNIAD-UNIFESP