A gente cresce ouvindo que saúde é direito de todos, e é mesmo. Mas na prática, a forma como cada um acessa esse direito passa, cada vez mais, por escolhas individuais.
Quando falo isso, não é no sentido simplista de “basta querer se cuidar”. É sobre entender que, no Brasil de hoje, esperar meses na fila do SUS ou assumir um plano de saúde que consome boa parte do salário, não são mais as únicas opções. Existe um espaço no meio disso tudo, onde o consumidor pode escolher modelos mais simples, ágeis e acessíveis.
Eu vejo isso todos os dias: famílias que antes só recorriam ao pronto-socorro descobrindo que podem marcar uma consulta com antecedência e pagar um valor justo. Jovens que nunca pensaram em ir ao médico de rotina entenderem que prevenir é mais barato do que remediar. Mulheres que antes negligenciavam exames básicos, agora colocam o autocuidado no centro das prioridades.
E isso não acontece por acaso. A lógica de negócios da saúde precisa acompanhar o comportamento do consumidor. Modelos baseados em fidelização ou mensalidades não conversam com uma geração que prioriza flexibilidade e previsibilidade de custos. Da mesma forma, clínicas que não investem em experiência e tecnologia acabam ficando para trás em um mercado cada vez mais competitivo.
A saúde acessível não é só um benefício social. É também um modelo de negócio sustentável. Quando você estrutura processos claros, precificação justa, atendimento digital e um time alinhado, você não só atende mais pacientes, você conquista clientes fiéis. E a fidelidade, neste setor, não vem por contrato, mas por confiança.
É claro que existe um componente social profundo, e que não dá para tratar saúde como se fosse uma compra qualquer. Mas também é verdade que, quando o consumidor percebe que pode escolher um caminho diferente, a relação dele com o próprio bem-estar muda completamente.
Essa virada de chave não depende só de campanhas de conscientização. Depende de negócios que viabilizem essa escolha. A cada vez que alguém percebe que pode marcar uma consulta pelo celular, pagar apenas o que usar e sair com resposta no mesmo dia, estamos falando de autonomia. Estamos falando de um consumidor que descobre que saúde também é decisão, não apenas destino.
E é nesse ponto que acredito: quanto mais o brasileiro entender que saúde é uma escolha possível, mais vamos fortalecer uma cultura de prevenção, responsabilidade e acesso real. É um impacto que começa no indivíduo, mas que se multiplica em escala quando temos negócios preparados para entregar isso de forma consistente.
Rafael Teixeira é CEO e Fundador do Grupo Clínica da Cidade











