Os estragos causados pelas chuvas em Campinas em 2023 começaram na terça-feira (17). Neste dia, casas, ruas, avenidas e viadutos foram alagados, houve queda de energia em vários pontos e uma mulher chegou a ser arrastada pelas enxurradas. Das mais de 200 árvores atingidas em Campinas a partir daquele dia, 80 caíram só naquela terça. E, dessas, uma segue tombada na Praça Irmã Carmela Stecchi, em Barão Geraldo, a Praça do Coco.
Sem resposta da Prefeitura após inúmeras solicitações para a remoção da árvore caída, comerciantes que trabalham na praça apelaram a um abaixo-assinado para serem atendidos. O acidente paralisou as feiras no local bem antes da Prefeitura decretar o fechamento das praças públicas da cidade no último dia 24. Os vendedores reclamam de prejuízo.
A árvore caiu e seus galhos estão apoiados de forma inclinada em outra árvore. “Imagina se esses galhos caem encima de nós, de nossos clientes, temos responsabilidade com o público que visita nossa feira, né?”, afirma a artesã Cláudia Marisa Teixeira, que fabrica e vende joias em prata e pedras naturais. “É possível trabalhar se sentindo insegura? Muito complicado essa árvore caída na passarela, interrompendo o fluxo. Comunicamos ao público que, por segurança, não faríamos a feira, e estamos ligando no 156 para pedir urgência.”
Diante do silêncio da Prefeitura, o abaixo-assinado já conta com mais de 1.100 assinaturas. “Nós, Expositores da Feira de Barão, representados pela Associação dos Artesãos e Expositores da Feira de Barão (AAEFB), e cidadãos frequentadores, solicitamos que os órgãos responsáveis da cidade de Campinas e do distrito de Barão Geraldo tomem medidas urgentes para garantir a segurança da Praça Irmã Carmela Stecchi, mais conhecida como Praça do Coco. A árvore caída precisa ser removida, imediatamente, e as outras árvores devidamente podadas para evitar possíveis acidentes”, cita o documento.
Prejuízos
Cláudia ressalta os prejuízos pela impossibilidade de trabalhar. “Ficamos de mãos atadas, precisamos nos proteger, proteger nossos clientes, mas as contas continuam chegando, situação muito difícil”, comenta. Estamos tentando recuperar nosso negócio depois de tanto tempo de pandemia, mas não é fácil.”
Cláudia afirma que 90% de sua renda vem do trabalho que realiza na feira. A Praça do Coco reúne cerca de 100 trabalhadores e as feiras de artesanato acontecem às quartas-feiras, das 17h às 21h30, e aos sábados, das 10h às 16h. Por enquanto, no entanto, as atividades estão suspensas.