O assassinato de Jonas Lucas Alves Dias, 55 anos, premiado com R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020, foi motivado por dinheiro. Uma força-tarefa investiga o caso para tentar identificar o responsável pelo crime. Dias vivia no Jardim Rosolém, em Hortolândia, onde todos sabiam que ele tinha grande soma de dinheiro, e manteve os mesmos hábitos de antes do prêmio.
Juliana Ricci, delegada titular da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic) de Piracicaba, disse que há uma equipe especial para a investigação do caso e que o autor do crime sabia da condição financeira da vítima.
“Eu posso afirmar que (o autor) sabia que ele (vítima) tinha muito dinheiro, mas não especificamente que ele tinha ganho na Mega-Sena, mas que ele tinha dinheiro com certeza sabia, sim. Nós estamos ainda investigando e eu não vou fazer qualquer fala que indique juízo ou que atrapalhe as investigações porque ainda é muito prematuro falar em autoria”, disse a delegada.
O delegado João Jorge Ferreira da Silva, titular da Delegacia de Hortolândia, afirmou que nenhuma linha de investigação foi descartada.
“Assim que tivemos conhecimento dos fatos, com auxílio do Setor de Homicídios do Deic, começamos a fazer diligências conjuntas e já temos alguns indícios, mas é extremamente prematuro afirmarmos ou apontarmos alguma direção”, afirmou. O delegado ressaltou que não era segredo que a vítima tinha muito dinheiro. “No bairro que ele vivia todo mundo sabia que ele possuía um erário, não quanto, mas que era um numerário razoável”, explicou.
A vítima era solteira e não tinha filhos. Vivia com um irmão e uma irmã. A funerária responsável informou que a família não autorizou a divulgação das informações sobre o sepultamento do corpo de Jonas Lucas.
Entenda
O caso foi registrado como extorsão seguida de morte e é investigado pela Delegacia de Hortolândia, com apoio da Deic de Piracicaba, de acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública. A vítima havia ganho R$ 47 milhões na Mega-Sena em 2020.
Jonas foi encontrado com vida, às margens da Rodovia dos Bandeirantes, em Hortolândia, e apresentava sinais de espancamento. Ele foi socorrido ao Hospital Mário Covas, de Sumaré, mas não resistiu aos ferimentos. Uma viatura da AutoBAn, administradora do Sistema Anhanguera-Bandeirantes, o levou à unidade.
Seu irmão, de 65 anos, prestou esclarecimentos à polícia e relatou que o homem estava desaparecido havia um dia. A vítima teve aproximadamente R$ 20 mil retirados de sua conta bancária por meio de transferências bancárias e via PIX.
O seu cartão de débito também foi levado pelos suspeitos. Uma das tentativas de saque de sua conta foi de R$ 3 milhões.
Foram solicitados exames junto ao Instituto Médico Legal (IML). Segundo nota da SSP, “diligências prosseguem visando o esclarecimento dos fatos e prisão dos envolvidos”. A polícia não divulgou detalhes da investigação e nem o rumo que ela seguirá.
VEJA A PRIMEIRA REPORTAGEM SOBRE O ASSUNTO
Milionário da Mega-Sena é sequestrado e morto em Hortolândia; polícia investiga