A poda da árvore considerada símbolo do distrito de Barão Geraldo provocou um ato de protesto por parte de ambientalistas e moradores do local no último sábado (2). A espécie do tipo falsa-figueira, localizada na Avenida Albino José Barbosa de Oliveira, área central do distrito, teve a totalidade dos galhos retirados.
Com tronco de aproximadamente 10 metros de diâmetro e altura de 12 metros antes da intervenção, o exemplar aparenta cerca de 60 anos, segundo especialistas.
A Prefeitura realizou a poda na penúltima semana de agosto. A justificativa é de que a árvore oferecia risco à população e também precisava ser recuperada.
Por outro lado, os ambientalistas afirmam que a espécie não irá sobreviver depois dos cortes. Alegam ainda que a medida foi tomada para a “construção de uma rotatória” de forma a “atender um empreendimento”. Segundo a Prefeitura, essa informação é improcedente.
Na avaliação do Departamento de Parques e Jardins (DPJ), a árvore apresenta sintomas de declínio, como perda constante de folhas, secamento, apodrecimento e quedas de galhos.
O diretor do DPJ, Luís Cláudio Mollo, alertou que a região onde a árvore está plantada existe um grande fluxo de pessoas e veículos. Segundo ele, não haverá extração e a poda possibilitará recuperar a arquitetura da copa, além de evitar o contato de galhos secos, quebrados e podres com fiação ou edificações.
Já para o engenheiro florestal Bruno Scarazatti, a falsa-figueira corre riscos. “Ela não tolera podas drásticas como a que foi feita”, diz.
No sábado, ativistas protestaram em frente à árvore, que ficou completamente desfigurada. As folhagens, que ofereciam sombra e chamavam a atenção pela beleza, deram lugar a um vazio.
Já prevendo a morte do exemplar considerado exótico e de origem asiática, a comunidade pede a compensação legal de, “pelo menos, 25 exemplares de espécies significativas na área”. A Prefeitura, por sua vez, diz que a árvore está em processo de restauração.