A não inclusão de bares e restaurantes na flexibilização parcial anunciada nesta sexta-feira (16) pelo governo do estado desagradou o setor de alimentação fora do lar, que prevê crescimento dos prejuízos e possibilidade de mais fechamentos. Na avaliação da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em Campinas e região, a manutenção da proibição de abertura por mais uma semana e reabertura com horário reduzido a partir do dia 24 aumentam as dificuldades do setor, fechado há 162 dias.
Para o presidente da Abrasel em Campinas e Região, Matheus Mason, autorizar a reabertura somente a partir do dia 24, das 11h às 19h, é uma medida de baixo impacto. Desde o início do Plano São Paulo, o setor somará, até o próximo dia 24, 162 dias de portas fechadas para atendimento presencial.
Os números ilustram a situação caótica: 82% dos bares e restaurantes da região tiveram prejuízos em março – eram 65% em janeiro; 97% estão sem caixa para pagar salários do mês e 76% tiveram que demitir no primeiro trimestre.
Horário noturno representa 54% do movimento no setor de alimentação fora do lar
Em relação aos restaurantes, a restrição de capacidade de atendimento em 25% e de horas diárias implicará em apenas 20% do faturamento normal pré-pandemia, o que é insuficiente para pagamento das contas. O horário noturno representa 54% do movimento no setor de alimentação fora do lar, com pico de vendas após às 20h. Já para os bares, que são 30% do setor e abrem apenas depois das 17h, a situação é ainda mais dramática.
“Este novo cronograma de transição é uma ducha de água fria e bater em cachorro morto”, alerta Mason. Uma pesquisa feita pela entidade neste mês com os associados da região revela que 97% dos bares e restaurantes estão com problemas para pagar integralmente os salários de abril e que mais dias fechados vai levar a uma situação ainda mais grave nos próximos dias. “Hoje 75% dos estabelecimentos operam no prejuízo, sem renda para pagamento de salários e contas e 76% já reduziram suas equipes nos primeiros três meses”.