O presidente Jair Bolsonaro (PL) dormiu em Campinas e participou de uma motociata e comício na manhã deste sábado (24). O candidato à reeleição ressaltou sua ligação com o Interior do estado, atacou o ex-presidente Lula, a quem chamou de “ladrão” diversas vezes, e defendeu o armamento da população. O presidente chegou a Campinas por volta das 22h de sexta-feira e passou a noite no Hotel de Trânsito da Escola Preparatória de Cadetes do Exército (EsPCEx), no Jardim Chapadão. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da EsPCEx.
Ele deixou o local pela manhã, com escolta modesta, e se juntou a uma motociata na Rodovia Zeferino Vaz (Tapetão), que seguiu até o Largo do Rosário, no Centro de Campinas. O presidente estava ao lado de Tarcísio Freitas (Republicanos), candidato ao governo do Estado, e Marcos Pontes (PL), candidato ao Senado.
Bolsonaro fez questão de ressaltar sua ligação com Campinas.
“Sou nascido no Interior de São Paulo, na cidade de Glicério, fui criado em Eldorado Paulista, renasci em Juiz de Fora, mas a minha Certidão de Nascimento é de Campinas. Satisfação muito grande de voltar a essa terra. Quase toda a minha família é daqui de Campinas. Já morei na lá Rua Barão de Itapura. Cursei a Escola Preparatória de Cadetes”, discursou para uma multidão na região central.
“Ao meu lado tenho duas pessoas fantásticas. O Tarcísio, que fez o IME (Instituto Militar de Engenharia) e o Marcos Pontes, que fez o ITA (Instituto Tecnológico de Aeronáutica). Somos militares como sempre a serviço da nossa nação”, afirmou.
“Todos nós temos uma história aqui na terra. Não me interessa saber como cheguei até aqui e sim por que chegamos até aqui”, disse Bolsonaro em discurso.
“Hoje tenho orgulho de dizer que combati o vírus (Covid) e também o desemprego no nosso País. Muita gente não tinha renda, muita gente vivia na informalidade, estavam condenados a dias muito difíceis no nosso Brasil, fizemos tudo para atendê-los. Os combustíveis dispararam, os preços dos alimentos também subiram e nós combatemos a inflação. Juntos aprovamos a exclusão de impostos estaduais, no futuro serão os federais, inclusive do gás de cozinha. Todos os deputados do PT votaram contra. Os reflexos estão aí, hoje compra gasolina abaixo de R$ 5”, afirmou.
O presidente disse que são dois nomes para as eleições presidenciais em 2 de outubro, se referindo a ele mesmo e ao candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva.
“Não está difícil escolher. Nós temos dois nomes para 2 de outubro. De um lado, um que defende a família, do lado de lá um ladrão. Do lado de cá, um presidente que respeita a vida desde a sua concepção, do lado de lá um ladrão que quer aprovar o aborto. Do lado de cá um presidente que respeita a voz de uma mãe que tem seu filho no mundo das drogas e, por isso, é contra a legalização das drogas no Brasil, do lado de lá um ladrão que quer legalizar as drogas”, discursou, sempre ovacionado pela multidão.
Ele continuou atacando o candidato do PT e defendendo o armamento da população. “Do lado de lá, um cara que diz que quer valorizar o MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra), do lado de cá alguém que diz que temos o direito sagrado à legítima defesa e, por isso, defende o armamento para o cidadão de bem. Do lado de lá, um ladrão que quer desarmar o cidadão de bem. Por isso digo a vocês, povo armado jamais será escravizado”, afirmou.
No início do comício, o animador do evento fez uma observação que será explorada pelos bolsonaristas na reta final de campanha. Em entrevista ao Programa do Ratinho, o adversário de Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez um comentário que está sendo interpretado como uma gafe pela própria campanha e por oposicionistas. Ele disse que quem vota em Bolsonaro são “uns ignorantões” do Interior de São Paulo.
Imediatamente, o staff de Bolsonaro passou a usar a gafe como uma estratégia para aumentar a rejeição ao petista.
A vinda a Campinas faz parte da campanha de Bolsonaro em tentar ganhar votos nos grandes centros urbanos de cidades metropolitanas do Sudeste, onde o candidato do PT se sai melhor. Nos próximos dias, Bolsonaro deve fazer comícios em cidades da Região Metropolitana de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais.
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