O aluno de Engenharia de Computação da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp) Christian Aparecido Demetrio, do polo São Pedro – em conjunto com discentes da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq), da Universidade de São Paulo (USP), Enrico Stephano Oliveira Mucciolo, Laura Minatel Bortolato, Lilia Castro Pereira e Jéssica Fernanda de Oliveira Jacob – participa da 2ª etapa do concurso Deep Space Food Challenge, promovido pela Nasa e Agência Espacial Canadense (CSA).
A iniciativa propõe que os integrantes desenvolvam soluções criativas e funcionais de formas de produção de alimentos saudáveis em espaçonaves, para o consumo em futuras expedições espaciais e processos de colonização de outros planetas. A primeira etapa aconteceu em outubro de 2021 e o resultado será divulgado em 2023.
O grupo, com a liderança do professor de Floricultura e Plantas Ornamentais da Esalq-USP, Paulo Hercílio Viegas Rodrigues, criou um projeto utilizando conceitos de verticalização e cultivo indoor de plantas com uso de LEDs. Das 180 equipes participantes da competição, a brasileira foi selecionada para a 2° fase e ficou entre os 10 melhores projetos internacionais. A proposta é produzir alimentos frescos (morango e taioba) nas condições de Marte e em trânsito.
Segundo Demetrio, que também é bolsista de outro projeto na Fundação de Estudos Agrários Luiz de Queiroz (FEALQ), o grupo tem até o dia 16 de dezembro para enviar todos os resultados dos testes do módulo aos juízes da Nasa. “Os integrantes desenvolvem atividades de acordo com suas afinidades e aptidões, entre elas, estão o desenvolvimento de hardware, software e do módulo em que as plantas serão produzidas, a propagação in vitro de mudas das espécies escolhidas e todas as adaptações necessárias para produção em condições espaciais”, ressalta.
O estudante afirma ainda que o empenho e conhecimento de todos os participantes foram fundamentais para o êxito do projeto. “A inclusão de um aluno de Engenharia de Computação no time da USP foi essencial para o desenvolvimento do hardware da ação. No percurso, tivemos algumas dificuldades, como a falta de componentes importados e o prazo reduzido para a conclusão do protótipo TRL-04. Apesar da pouca experiência dos estudantes na área, arriscamos desenvolver o projeto sem a ajuda de empresas tradicionais de equipamentos científicos”, completa.
Pelo método desenvolvido pelos pesquisadores, o processo para cultivar morangos ou qualquer tipo de planta no espaço, começa no laboratório. Eles coletam a muda e clonam dentro de tubos de ensaio. Dentro do dispositivo, a planta está inerte de contaminantes. A muda produzida pode ser levada pelos astronautas para serem plantadas durante as viagens espaciais. A muda fica imersa em uma espécie de gel para ficar saudável e se manter viva. A partir daí, os tripulantes podem plantar dentro da câmara climática.