Pesquisa feita pelo Hora Campinas em laboratórios particulares de Campinas mostra que, de forma geral, a busca por exames de Covid-19 dobrou na primeira semana do ano na cidade.
No Laboratório Ramos, por exemplo, que tem diversas unidades em Campinas, na semana de 20 a 26 de dezembro de 2021 foram realizados 2.370 exames. Já na semana de 3 a 8 de janeiro o número saltou para 5.027 exames de Covid, um aumento de 112%.
Além disso, segundo informações do laboratório, a taxa de positividade em dezembro ficou em torno de 10% e já apresentava uma estabilidade em relação a outubro e novembro. “Mas em janeiro, a taxa de positividade já chega a quase 50%. É a taxa mais alta de positivos que já registramos. Isso explica o aumento considerável de casos que estamos vendo”, informou via assessoria de imprensa.
Para conseguir atender a demanda, foi preciso ampliar os horários de atendimentos. Algumas unidades funcionam inclusive aos domingos e feriados. A unidades exclusiva para Covid que havia sido fechada voltou a funcionar no Shopping Unimart. Antes funcionava das 7h às 14h, mas agora o horário foi estendido até às 20h.
O Laboratório Fleury afirmou que, de 20 de dezembro a 8 de janeiro, houve aumento de 1,4 vezes na quantidade de exames RT-PCR realizados nas unidades do Grupo Fleury no Estado de São Paulo para diagnóstico da Covid-19. A positividade passou de 13,6% para 44,3% no mesmo período. As informações se referem a todas as unidades do Estado.
Dados da Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) mostram que, entre as empresas associadas – que respondem por mais de 65% de todos os exames realizados pela saúde suplementar no País, entre os dias 3 e 8 de janeiro de 2022 foram mais de 240 mil exames feitos. Esses números representam aumento de 98% no número de exames realizados, em comparação a semana do Natal, entre 20 a 26 de dezembro de 2021.
A positividade também cresceu quando comparado esse mesmo período. O volume de exames com resultados positivos para Covid-19 passou de uma média de 7,6% para mais de 40%, agora no início do mês. Apesar de não existirem dados comparativos com essa mesma semana em 2021, se o ritmo for mantido, a expectativa é que, até o final do mês, os números alcancem os registrados no final de janeiro de 2021, quando foram realizados cerca de 1,5 milhão de exames.
Os exames para detecção do vírus Influenza também apresentaram aumento expressivo antes mesmo da virada do ano. Alguns laboratórios associados da Abramed registraram elevação superior a 1000% entre a primeira e a última semana de dezembro de 2021. A taxa de positividade chegou a 40% neste mesmo período. Entretanto, em janeiro, apesar do alto volume de testagens, a taxa de positividade caiu para 10% nos exames de Influenza.
Pacientes graves
Diante do risco de desabastecimento de insumos para testes de Covid-19, a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica (Abramed) recomendou, em nota técnica, a priorização de pacientes graves para a realização dos exames. Pela escala proposta pela associação, devem ser testados primeiro os pacientes com maior gravidade de sintomas, casos de hospitalização e cirurgia, pessoas de grupos de risco, gestantes, trabalhadores assistenciais da área da saúde e colaboradores de serviços essenciais.
A entidade alerta que se não houver recomposição dos estoques “rapidamente” poderá ocorrer falta de oferta de exames. Isso ocorre tanto para os de tipo PCR, como de antígeno.
A associação informou que outras entidades do setor de saúde serão contatadas para informar da situação, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), o Ministério da Saúde, a Associação Nacional de Hospitais Privados (Anahp) e Associação Médica Brasileira (AMB).
Redução da quarentena
Decisão da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo reduziu de 14 para sete dias o período de quarentena para pessoas infectadas com o novo coronavírus que já tenham se vacinado e que apresentem sintomas da doença. Já os assintomáticos cumprirão quarentena de cinco dias.
O governo paulista garantiu que a medida está alinhada com o Ministério da Saúde, que planeja adotar o novo esquema de isolamento e discutirá a medida com secretários do Conselho Nacional de Secretários da Saúde).
Mudanças no período de quarentena já haviam sido adotadas em recomendações de autoridades dos Estados Unidos, França e no Rio de Janeiro. Nos Estados Unidos, a recomendação para os infectados é que, após cinco dias, aqueles que não apresentem sintomas da doença ou já estejam imunizados possam retomar o convívio social desde que usem máscara facial por mais cinco dias.
O Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA informou que há demonstração científica de que a maior parte da transmissão ocorre no início da doença, geralmente nos dois primeiros dias antes do início dos sintomas, e de dois a três dias após o surgimento dos sintomas.