Parte integrante dos lares, o café está presente em 97% das casas e faz parte do cotidiano dos brasileiros. Hoje, 24 de maio, é comemorado o Dia Nacional do Café. Para muitos, o café é uma excelente forma de começar a jornada profissional, pois ele dá energia para enfrentar as demandas e os desafios do dia a dia. Para outros, ele ajuda a melhorar a concentração na hora de estudar ou ler um bom livro, uma vez que a cafeína, presente em sua composição, quando em contato com o sistema nervoso provoca o estado de alerta. Há ainda aqueles para quem o café é o meio de trabalho, como cafeicultores, torrefadores, exportadores, pesquisadores, baristas e todos os profissionais inseridos no agronegócio café.
A data para lembrar o café foi instituída em 2005 pela Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) e o mês de maio foi escolhido para a homenagem porque é quando se inicia a colheita dos grãos em grande parte das regiões cafeeiras. Na economia do País o impacto do café é expressivo. O Brasil ocupa a liderança no ranking de produção e exportação mundial e a vice-liderança em relação ao consumo. A paixão nacional pelo produto é tanta que mesmo em tempos de isolamento social, o consumo da bebida aumentou 35%.
“O café agrada o paladar da maioria das pessoas, e é um grande companheiro desde o café da manhã até o fim do dia. Além de ser uma paixão nacional, a bebida, quando consumida regularmente, contribui positivamente para o organismo. A Abic segue se esforçando para buscar soluções e ferramentas que auxiliem no desenvolvimento do setor”, afirma Ricardo de Sousa Silveira, presidente da entidade.
Atualmente, a associação certifica aproximadamente 1000 marcas de café, sendo 15% Extraforte, 38% Tradicional, 19% Superior e 28% Gourmet. Entre 35% e 40% do café consumido no mundo é produzido no Brasil, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
Benefícios à saúde
Pesquisas revelam que o consumo moderado de café de boa qualidade pode fazer muito bem à saúde, prevenindo algumas doenças como o mal de Parkinson, o câncer de cólon, o diabetes e a cefaleia. Os benefícios se devem às propriedades antioxidantes e à proteção dos neurônios. Segundo nutricionistas da Secretaria de Agricultura, quando o café é processado, os ácidos clorogênicos tornam-se quinídeos, atuantes no sistema nervoso central, melhorando o estado de humor e o mecanismo de gratificação, prevenindo o aparecimento de depressão.
De acordo com um estudo divulgado pela British Medical Journal, importante revista acadêmica de medicina do Reino Unido, o consumo de até quatro xícaras diárias está associado a uma menor probabilidade de desenvolver problemas cardiovasculares, como derrames cerebrais.
Entre os benefícios do café estariam combater o cansaço, evitar a depressão, prevenir o câncer, estimular a perda de peso, melhorar a resistência em atletas, prevenir e melhorar dores de cabeça e proteger o coração.
Pesquisa científica
O Instituto Agronômico de Campinas (IAC) é uma referência em estudos com cafeeiros desde sua fundação por D. Pedro II, em 1887, justamente para estudar os problemas que atingiam o café naquela época. Durante todo este período, o IAC desenvolveu dezenas de cultivares e linhagens de café, e acumulou extenso conhecimento sobre suas características e comportamento nas diversas regiões brasileiras.
Algumas cultivares fazem parte da história da cafeicultura nacional tendo se constituído nos alicerces da produção cafeeira durante décadas. Algumas cultivares do IAC, como Bourbon Vermelho, Caturra Vermelho, Caturra Amarelo e Catuaí Vermelho, constituem, também, a base da cafeicultura de outros países, especialmente da América Central.
Está também no IAC o mais importante banco de germoplasma de café do Brasil, onde são preservadas 15 espécies das cerca de 126 existentes no mundo. A coleção de plantas vivas é essencial para a realização de estudos – sem elas, não se faz pesquisa e sua manutenção requer muito trabalho e investimento.
Live com tecnologias paulistas
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo realiza nesta segunda-feira, a partir das 14 horas, uma live em seu Youtube (https://www.youtube.com/c/agriculturasp/featured) para discutir as tecnologias e inovações paulistas para a cafeicultura. O evento on-line “Tecnologias e inovações paulistas para a cafeicultura” contará com a participação de pesquisadores dos Institutos de Pesquisa ligados à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) e técnico da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável (CDRS).
O objetivo do evento é transferir tecnologias e informações à cadeia de produção do café, desenvolvidas pelo Instituto Agronômico (IAC), Instituto Biológico (IB), Instituto de Economia Agrícola (IEA), Instituto de Tecnologia de Alimentos (Ital), APTA Regional e CDRS. A ideia é aliar pesquisa e extensão para levar informações recentes e baseadas em evidências científicas aos usuários das tecnologias em São Paulo, mas também em todo o País.
São Paulo se destaca na produção de café. Além de ser o terceiro estado que mais produz o produto, atrás apenas de Minas Gerais e Espírito Santo, é também considerado o berço da cafeicultura brasileira, por abrigar as mais tradicionais instituições de pesquisa da área, como o IAC e o IB.
Para fazer um bom café
Qual a receita para se fazer um bom café? Confira as dicas do pesquisador da APTA, Daniel Gomes:
Utilize um bom café. Se tiver acesso a cafés do tipo especial, ótimo. Se não, escolha cafés do Programa de Qualidade do Café (PQC), da Abic, que oferece notas de Qualidade Global (QG) dos cafés vendidos no país.
Prefira moer os grãos na hora, para obter o máximo de sabor e aroma da bebida.
Evite usar água clorada, pois ela reage negativamente com os óleos essenciais do café.
“Uma pergunta frequente é: pode-se ferver a água? A resposta é sim, desde que levemente, e sempre deixe a água parar de borbulhar antes de usá-la”, diz Gomes.
Existem diversos métodos de preparo do café, mas a receita padrão é: quatro a cinco colheres (sopa) de pó, para cada litro de água. Bons cafés dispensam açúcar!
Bebida personalizada
A equipe do Hotel Royal Palm Plaza, em Campinas, desenvolveu uma forma de saborear o café de forma personalizada, preparada pelos baristas do hotel. O café é um grande aliado dos brasileiros e nada melhor do que inovar a sua receita com a dica do Royal Palm Plaza, decorando o copo e dando um ar profissional a sua bebida:
Ingredientes: leite integral, café expresso, cacau em pó ou canela
Materiais: máquina de café expresso (pode ser em capsulas), prensa francesa, papel cartão ou sulfite
Modo de preparo: primeiro passo é fazer o leite com a prensa francesa, deixando-o bem aerado. Esquente até começar a sair bolhas pela lateral da leiteria e coloque 100 ml na prensa francesa. Faça o movimento de subir e descer com a prensa rapidamente, até o leite ganhar volume, ficando aerado e cremoso. Enquanto isso, tire uma dose de expresso em um copo ou xícara, o que preferir, e complete com o leite prensado. Faça isso com calma, colocando o recipiente do leite próximo à xícara, para que a bebida fique na superfície do café. Corte o papel cartão ou a cartolina do tamanho da boca do copo, dobre a folha no meio e corte no formato do desenho que gostaria. O mais pedido é o de coração. Coloque a folha por cima da xícara e, com a ajuda da peneira, salpique o cacau ou a canela. E está pronto! Dica: para os veganos, o indicado é trocar o leite integral pelo de coco, o resultando é surpreendente!