As mortes por Covid-19 e a elevação do número de óbitos por pneumonia e por problemas cardíacos contribuíram para que Campinas vivesse o janeiro mais mortal desde 2003, quando teve início a série histórica dos cartórios de Registro Civil do município. Em janeiro de 2022 foram registrados 881 óbitos na cidade, um aumento de 13% em relação ao mesmo mês de 2021, que somou 774 mortes e crescimento de 8% em relação a janeiro de 2020, ainda antes do início da pandemia.
O aumento de casos de Covid-19 causados pela variante ômicron – e seus diferentes reflexos no organismo humano – pode ser uma das explicações para o recorde histórico de óbitos registrados pelos Cartórios de Registro Civil de Campinas em janeiro de 2022. As mortes por pneumonia passaram de 90 em janeiro de 2021 para 155 neste ano. Em 2020, antes da pandemia, foram 119 óbitos pela doença.
Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos 7.658 Cartórios de Registro Civil do País e cruzados com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outro dado observado em Campinas é o crescimento de mortes por doenças do coração em janeiro deste ano na comparação com o primeiro mês do ano passado: AVC (22%), Infarto (28%), Causas Cardiovasculas Inespecíficas (29%) e Septicemia (48%). Já os óbitos por Covid-19 tiveram redução de 13% no período.
“Os números dos Cartórios de Registro Civil mostram mais uma vez, em tempo quase que real, o retrato fidedigno do que acontece com a população brasileira. Embora haja uma diminuição clara nos óbitos por Covid-19, ainda não se conhecem todos os efeitos das novas variantes”, explica Gustavo Renato Fiscarelli, presidente da Arpen/BR.