O número de mortes por febre maculosa voltou a subir em Campinas no ano passado. A Secretaria de Saúde do município confirmou que sete pessoas morreram em 2022 em virtude da doença, alta de 40% na comparação com o ano anterior, e que 11 casos foram confirmados. Em 2021, a cidade registrou 11 casos e cinco óbitos e em 2020, sete casos e cinco mortes.
A Secretaria de Saúde explica que os meses mais secos e frios do ano consistem no período de sazonalidade da doença, que é endêmica na Região Metropolitana de Campinas (RMC).
Como medida preventiva e educativa, nesta quinta-feira (19) será realizada uma ação de orientação. A partir das 8h30, está prevista uma atividade educativa casa a casa no bairro Anton von Zuben, na região Sul. O objetivo é orientar os moradores sobre os cuidados com a doença.
Durante a ação, os técnicos vão distribuir panfletos, aplicar um questionário e esclarecer dúvidas da população. A Pasta informa que em 2022 foram feitas mais de 150 ações com a população, setores da educação e redes de saúde pública e privada.
Os casos
Dos 11 casos confirmados, cinco ocorreram na região Leste da cidade, que envolve bairros como Recanto dos Dourados, Shangrilá, Gramado, Chácara Gargantilha, Novo Taquaral, Boa Esperança e Santa Cândida. Três infecções foram de moradores da região Sul Cidade Jardim, Carlos Lourenço, Campo Belo, Jardim do Lago, entre outros), e um da região Norte (Barão Geraldo e Nova Aparecida, a região dos Amarais, do Chapadão e do Jardim Aurélia).
Os óbitos foram:
– Mulher, 51 anos. Início dos sintomas em 13 de setembro. O local provável de infecção fica na região Sul. Morreu dia 22 do mesmo mês.
– Homem, 36 anos, Início dos sintomas em 10 de setembro. O local provável de infecção fica em outro município. Morreu dia 16 do mesmo mês.
– Homem, 79 anos. Início dos sintomas em 28 de julho. O local provável de infecção fica na região Leste. Morreu em 4 de agosto
– Mulher, 36 anos. Início de sintomas em 28 de julho. O provável local de infecção fica na região Sul. Morreu em 4 de agosto.
– Mulher, 45 anos. Primeiros sintomas em 1º de julho. O provável local de infecção fica na região Leste. Morreu em 5 de julho.
– Homem, 66 anos, com primeiros sintomas no dia 24 do mês de junho. O provável local de infecção fica na região Leste. Morreu em 30 de junho.
– Homem, 18 anos, teve início dos sintomas em 20 de abril. O provável local de infecção fica na região Norte da cidade. Morreu no dia 24 do mesmo mês.
Evoluíram para a cura
– Homem, 27 anos, teve os primeiros sintomas em 3 de junho. O provável local de infecção fica na região Leste
– Homem, 38 anos. Início dos sintomas em 27 de agosto. O local provável de infecção fica em outro município
– Homem, 31 anos. Início dos sintomas em 30 de setembro. O local provável de infecção fica na região Sul
– Homem, 43 anos, com início de sintomas em 27 de maio. O provável local de infecção fica na região Leste
Cuidados
A febre maculosa é uma infecção grave, transmitida pelo carrapato estrela infectado.
Caso a pessoa passe por áreas de vegetação, mato ou pastos, especialmente próximas de cursos hídricos, onde há presença de cavalos e capivaras, deve ficar atenta, por cerca de 15 dias, aos sintomas da doença, que são febre, dor de cabeça, dor intensa no corpo, mal-estar generalizado, náuseas, vômitos e, em alguns casos, manchas vermelhas pelo corpo.
Ao apresentar um destes sinais, a pessoa deve procurar imediatamente o serviço de saúde e informar que teve contato com o carrapato e/ou esteve com locais de risco, pois os sintomas podem ser confundidos com outras doenças febris agudas, como covid-19 e dengue.
Não existe vacina contra a doença e não é possível eliminar totalmente o carrapato. A febre maculosa tem cura, mas o tratamento precisa ser iniciado precocemente com antibióticos apropriados.
Apesar de ser considerada uma doença de baixa frequência no Brasil, a taxa de mortalidade é elevada devido à falta de diagnóstico adequado e de tratamento precoce.
Os sintomas são facilmente confundidos com os de outras doenças, o que faz com que informações passadas pelo paciente sobre presença em áreas de risco de maculosa sejam determinantes para o sucesso do tratamento.