A queda nos serviços do Facebook, WhatsApp e Instagram, na tarde de segunda-feira (4), deixou um rastro de prejuízos por todos os lados e impactou a vida de muita gente. Ainda não há um levantamento, mas é seguro afirmar que houve grande impacto na economia do mundo todo, já que muitas empresas dependem dessas ferramentas para manter seus negócios.
Em Campinas não foi diferente. Muita gente teve impacto nas atividades diárias por conta das falhas técnicas que impediram o funcionamento dessas redes sociais.
Um desses exemplos é Tamiris Pilon, de 21 anos, que vende bolos pela internet. Ela mantem no Instagram o perfil @amordebolo. Todas as vendas e a prospecção de novos clientes são feitos por lá. “A maioria dos novos clientes são atraídos pelas fotos que posto no Instagram e direcionados também para o meu WhatsApp”, conta.
“A segunda-feira já é um dia de procura menor e, por isso, preciso ainda mais das redes, ontem acredito que caíram 20% das vendas”, revela.
Ela teve problemas com os pedidos já feitos e com as entregas. “Já tinham encomendas programadas que precisavam entrar em contato com o cliente e com o motoboy para confirmar os detalhes da entrega. E na falta dessas redes tive que buscar outras alternativas de contato que também estavam instáveis”, reclama.
“Fazer uma ligação para o cliente demanda mais tempo, nem sempre ele estará disponível para atender naquele momento. E esse tempo a mais poderia ser direcionado para outras tarefas, como cuidar do meu filho”, diz.
Outra que teve prejuízo foi a fotógrafa Luciana Antonio, de 51 anos. Ela mantém dois perfis no Instagram, @lu_antonio_brecho dedicado à venda de roupas, e @lu_antonio_fotografia para trabalhos de fotografia. Só no brechó o prejuízo foi de R$ 600.
“Ontem com o brechó pelo menos uns R$ 600 deixei de vender. Com a fotografia tinham dois orçamentos de ensaios para passar agora para outubro, e um de casamento para o final de 2022. Mas o brechó que vem pagando os boletos, R$ 600 num dia é muito pra mim. A primeira semana do mês é a melhor para o brechó”, diz.
Todas as vendas são feitas pelas redes sociais, que precisam estar atualizadas.
“Toda a venda é feita somente por lá, e algumas clientes mais especiais que atendo pelo WhatsApp. Fiquei o dia todo sem conseguir alimentar o feed com fotos de novas peças bem na véspera do dia em que elas mais compram, o dia 5, de pagamento para muitas”, reclama.
Apesar de não haver ainda um levantamento, os prejuízos causados devem ser grandes, uma vez que muita gente trabalha com essas redes. Para se ter uma ideia, só o WhatsApp possui 120 milhões de usuários no Brasil.
Entenda o impacto
Facebook, WhatsApp e Instagram sofreram um apagão, passando mais de sete horas fora do ar nesta segunda-feira (4) em vários países, inclusive no Brasil. Deixaram desassistidos não só aqueles que usam para contatar amigos e parentes como os que têm nas plataformas a principal ferramenta de negócios.
O problema começou por volta das 12h (no horário de Brasília), e apenas no início da noite os aplicativos começaram a voltar ao normal. A pane de três plataformas do império de Mark Zuckerberg expôs a dependênci global em relação a Facebook, WhatsApp e Instagram, ferramentas sob o mesmo controlador.
Ações despencaram
No dia em que redes sociais do Facebook saíram do ar em diversas partes do mundo, as ações da empresa fecharam em queda de 4,89%, o que representou uma redução de US$ 50,3 bilhões (R$ 272,7 bilhões) no valor de mercado da companhia nesta segunda-feira (4), cujo total agora é de quase R$ 917 bilhões (R$ 4,9 trilhões).
Também no intervalo de um dia, a fortuna pessoal de Mark Zuckerberg, cofundador e principal acionista do Facebook, diminuiu US$ 6,1 bilhões (R$ 33 bilhões).
O patrimônio do agora quinto homem mais rico do planeta é de US$ 121,6 bilhões (R$ 659 bilhões). A quarta posição foi tomada pelo cofundador da Microsoft Bill Gates, que possui US$ 124 bilhões (R$ 672 bilhões). À frente de Gates e Zuckerberg estão o fundador da SpaceX, Elon Musk (US$ 210,6 bi), o fundador da Amazon, Jeff Bezos (US$ 185,7 bi), e o diretor-executivo do grupo dono da Louis Vuitton, Bernard Arnault (US$ 153,3 bi), segundo o índice de bilionários da Bloomberg.
(Com informações de Chico Bruno/Carlos Brickmann)