O Carnaval de 2022 já acabou. Com a pandemia, os eventos minguaram e a alternativa de muita gente foi promover encontros em chácaras, bares e nas próprias casas, curtindo o churrasco com amigos. Mas há uma turma que segue desafiando a saúde, abusando do consumo excessivo e fazendo combinações explosivas.
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA), referência nacional no tema, enumera uma série de perigos relacionados ao abuso de álcool e alerta para misturas com energéticos, uma prática entre jovens.
Veja as orientações:
♦ Da ressaca ao coma alcoólico: uma das consequências mais comuns do consumo abusivo de álcool é a ressaca, que pode durar de 8 a 24 horas. Ela não tem cura, mas seus sintomas podem ser aliviados. No entanto, cuidado com remédios milagrosos que prometem desintoxicar o fígado ou acelerar a metabolização do álcool, pois eles podem ter efeito contrário, sobrecarregando ainda mais o funcionamento do órgão. Outra preocupação é com a ingestão em volumes muito elevados de álcool, pois podem provocar confusão mental, dificuldade de manter-se acordado, vômitos, convulsões, dificuldade de respirar, diminuição da frequência cardíaca e resfriamento do corpo, condições que podem levar a pessoa até mesmo ao coma alcoólico.
♦ Uso de bebidas alcoólicas sem procedência: “o consumo de bebidas falsificadas e/ou fabricadas com matéria-prima imprópria para ingestão e com teor alcoólico superior ao permitido por lei é extremamente perigoso e traz consequências sérias à saúde, como crises renais em curto prazo, mesmo quando ingeridas sem excesso”, destaca o psiquiatra, Arthur Guerra, presidente do CISA.
Por isso, desconfie de bebidas com preços muito baixos, procure comprar de estabelecimentos comerciais de confiança e cuidado redobrado com bebidas com cheiro muito forte de álcool, que pode ser um indicativo de irregularidades. Alerta também para as novidades, como geladinhos alcoólicos e bebidas que têm como apelo alto teor alcoólico.
♦ Uso concomitante com energético: prática comum entre menores de idade e jovens adultos, a combinação álcool e energético potencializa o risco de arritmia cardíaca e está associada ao consumo excessivo de álcool, a dirigir alcoolizado e ao comportamento sexual de risco. “Muitos dos ingredientes dos energéticos ajudam a ‘mascarar’ o sabor do etanol das bebidas alcoólicas, tornando mais doce e palatável, o que contribui para o aumento do consumo. Além disso, a cafeína presente no energético aumenta a euforia causada pela bebida e reduz a sensação subjetiva de embriaguez, fazendo a pessoa sentir e pensar que está ‘menos alcoolizada’ do que verdadeiramente está”, explica Mariana Thibes, coordenadora do CISA.
♦ Consumo de álcool por menores de 18 anos: com as promoções de bebidas alcoólicas e as vendas on-line, pais e responsáveis devem redobrar o cuidado para evitar a compra por menores de 18 anos, assim como os estabelecimentos comerciais, uma vez que a venda, oferecimento e entrega de bebida para esse público é crime previsto em lei.
“Adolescentes são mais sensíveis aos efeitos neurotóxicos do consumo de álcool, o que pode comprometer o desenvolvimento cerebral e afetar funções cognitivas, como aprendizado, memória e impulsividade”, reforça Guerra.
♦ Álcool e direção: “O álcool compromete a capacidade de direção, diminuindo os reflexos e a tomada rápida de decisões. Isso acontece mesmo com a ingestão de pouca quantidade, o que dirá quando esse consumo é exagerado. Portanto, álcool e direção, nem com moderação. Quem assume o volante, assume a responsabilidade de não ingerir qualquer quantidade de álcool”, alerta Guerra.
O Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA) é uma das principais referências no Brasil sobre este tema e desde sua fundação, em 2004, vem contribuindo para a conscientização, prevenção e redução do uso nocivo de bebidas alcoólicas.
Fonte: CISA