O Centro de Ciências, Letras e Artes (CCLA) completa neste domingo 120 anos de existência. A instituição, com sede no Centro de Campinas, foi fundada em 31 de outubro de 1901 e é uma das mais representativas do setor cultural da cidade. Lá estão reunidos destacados acervos no Museu Carlos Gomes e no Museu Campos Salles. O CCLA dispõe também de uma biblioteca com mais de 140 mil volumes e pinacoteca, com obras de renomados artistas plásticos brasileiros, inclusive e especialmente, de Campinas.
Há na entidade uma Galeria e um Auditório, de 200 lugares. São espaços onde se desenvolvem exposições de artes plásticas, oficinas culturais e apresentações musicais, literárias e teatrais. Na pandemia a programação precisou ser suspensa mas com o avanço da vacinação, as atividades começam a ser retomadas com todos os cuidados sanitários.
“O Centro de Ciências, Letras e Artes tem sido importante para a cultura da cidade de Campinas desde 1901 e por essa instalação, que foi inaugurada em 1942, e também pela primeira sede, que ficava na esquina da Conceição com a Glicério, passaram as maiores mentes, inteligências convidadas, que contribuíram, ajudaram a moldar os valores do CCLA”, ressalta o Alcides Ladislau Acosta, presidente da entidade.
“Aqui fazemos apresentações musicais, concertistas de piano, palestras sobre ciências, artes, cultura em geral”, explica Acosta, que é jornalista, professor e bacharel em Direito e Relações Públicas. Uma programação comemorativa foi preparada para marcar o aniversário da instituição.
Acosta reforça que os espaços do CCLA voltarão a ser abertos para a população de Campinas. “Aqui nós vamos continuar, agora depois da pandemia, abrindo nosso auditório, nossa biblioteca, o Museu Carlos Gomes, o Museu Campos Salles, para que a população usufrua desse espaço que tem tantas preciosidades”, informa Acosta.
“Chamamos principalmente a atenção dos jovens para virem se apoderar desse centro, dessa instituição, para representar o futuro das nossas realizações”, clama o presidente do CCLA. A instituição tem investido nesse movimento de renovação, ao buscar reunir jovens que ajudem no debate de temas relacionados à sustentabilidade, desafios da tecnologia e modernidade.
História
A fundação do CCLA envolveu um grupo que, no começo do século XX, sonhou edificar uma agremiação para cultuar a Ciência e as Artes. “Os anseios frutificaram e, após um percurso 120 anos, o Centro de Ciências, Letras e Artes exibe uma história de importantes contribuições. Na verdade, os artífices dessa obra, aqueles que pugnaram por recursos para construir as sedes que a entidade teve na cidade, que perseveraram em seu projeto superando dificuldades, descréditos e até a indiferença, transformaram o CCLA em sólida realidade”, conta o presidente.
Os fundadores do CCLA foram o botânico Dr. José de Campos Novaes, do Instituto Agronômico; Francisco de Paula Magalhães Gomes, professor de História Natural (do Colégio Culto à Ciência); Henri Potel, químico, Adolpho Hempel, fitopatologista, ambos do Instituto Agronômico; o engenheiro arquiteto e cientista Edmundo Krug e o advogado e tribuno, Dr. João César Bueno Bierrenbach.
Foram visionários mestres e ousados inspiradores de avanços e progresso, dentre os quais se destaca o professor Henrique Maximiano Coelho Netto e o primeiro presidente do CCLA, Leôncio de Carvalho, advogado e ex-ministro do Império, detalha o presidente. “Esses fundadores glorificaram Campinas em seu tempo, ofertando mentes e braços no estabelecimento dessa iniciativa, a princípio visando o conhecimento científico, que iniciava uma marcha avassaladora e era preciso acompanhar. Depois, foram incorporadas também a Literatura e outras Artes na entidade”, ressalta Acosta.
Acervo
O acervo do CCLA foi formado ao longo do século 20 e reúne documentos datados a partir do século 16. Conta com uma biblioteca de livros considerados raros. Uma diversificada hemeroteca e histórica coleção de fotografias também integram o acervo. Com mais de 140 obras de arte, a Pinacoteca é a mais importante coleção do gênero na cidade.
Já o Museu Carlos Gomes possui as coleções particulares de seu pai, José Manuel Gomes, o Maneco Músico, e de seu irmão, José Pedro de Sant´Anna Gomes, além de objetos pessoais do Maestro. Com perto de 600 partituras, é o único museu dedicado exclusivamente a Carlos Gomes, o grande nome da história cultural de Campinas e um dos maiores do Brasil.
O Museu Campos Sales nasceu a partir de doações do próprio Campos Sales, segundo presidente civil do Brasil (1898-1902), que várias vezes honrou o Centro de Ciências, Letras e Artes com sua presença.
A diretoria atual, com mandato até 2022, além do presidente Alcides Ladislau Acosta – jornalista, professor e bacharel em Direito e Relações Públicas – é integrada pela médica Clarissa W. Mendes Nogueira (vice-presidente), Luiz Carlos Ribeiro Borges (secretário geral), Genaro Campoy Scriptore (1º Tesoureiro), o engenheiro Fernando Pina de Figueiredo (2º Tesoureiro); João Luiz P. G. Minnicelli (1º Secretário), a professora Marli Aparecida Marcondes (2º Secretário), o professor Duilio Battistoni Filho (Dir. Social e Biblioteca) e o engenheiro Antônio Pedroso de Carvalho Neto (Diretor de Sede).
Integram o Conselho Deliberativo o advogado Agostinho Toffoli Tavolaro, dr. Jorge Alves de Lima, Dayz Peixoto da Fonseca, Lenita W. Mendes Nogueira e o engenheiro Marino Ziggiatti. O Conselho Fiscal é formado por Augusto Scorza, José Homero Adabo, Luiz Carlos de Carvalho e Orlando Rodrigues Ferreira.