Um grupo realizou manifestação na manhã desta sexta-feira (24) contra a rede Oba Hortifruti, em Campinas. O ato foi em repúdio às agressões que o professor Renato Libanio sofreu na unidade da Rua Carolina Florence, no Jardim Guanabara, ao consumir dentro da loja uma salada de frutas, que já estava paga. Nesta sexta, a rede informou que o prestador de serviço suspeito de agressão foi afastado.
“Devido ao fato apontado, esta ocorrência está sendo acompanhada pelo Comitê de Ética da empresa, que instituiu processo investigativo. De qualquer forma, a pronto modo, o prestador de serviço foi afastado de suas atividades. Reforçamos, novamente, que a rede não compactua com nenhuma forma de violência”, informa a rede.
De acordo com a organização, cerca de 100 pessoas participaram do ato em apoio ao cliente. A manifestação durou cerca de duas horas. Várias pessoas falaram palavras de ordem contra a atitude da loja e em defesa do professor, que também participou do ato. Não houve confusão.
Libanio enviou uma nota nesta sexta-feira para agradecer a solidariedade e o apoio. “Encaminho essa mensagem para agradecer a cada um. Por compartilharem da indignação comigo, por estarem no ato hoje em defesa de minha vida e dignidade humana. São momentos como esse que me fortalecem e me mostram que estou do lado certo. Não podemos nos calar diante de tamanha violência que vivi e que muitos vivem diariamente. A violência não deve ser usada em nenhum momento. Estou me recuperando do que ocorreu e na luta pelos meus direitos que devem ser de todos.”
Entenda
Libanio, de 59 anos, acusa dois seguranças da rede Oba Hortifruti de agressão, na tarde de quarta-feira (22). As agressões teriam acontecido porque eles acreditavam que o cliente teria saído da unidade, na Rua Carolina Florence, no Jardim Guanabara, sem pagar por uma salada de frutas de R$ 7,40. O caso foi registrado no 4º DP.
De acordo com o Boletim de Ocorrência, ele comprou uma salada de frutas, pagou, e pediu autorização para a operadora do caixa para consumir o alimento na área da lanchonete. O que foi prontamente autorizado.
Depois de terminar de consumir o produto, jogou a embalagem no lixo e foi embora. Quando já estava no estacionamento, foi abordado por um homem que afirmou que “ele estava roubando o pote de salada de frutas”. O homem estava sem uniforme e exigiu que o cliente apresentasse a nota fiscal.
O professor já estava assustado com a situação e perguntou quem era o homem, que não se identificou. O professor continuou caminhando para a saída do estacionamento.
Ainda segundo o registro policial, o homem começou a persegui-lo e, já na calçada, o professor tropeçou e caiu. Quando se levantou apareceu outro segurança dizendo que iria “grampeá-lo”.
Os dois seguranças agarraram o professor, o arrastaram de volta ao estacionamento do estabelecimento, e o levaram em direção às docas. Ele começou a gritar por socorro, pedindo que alguém chamasse a polícia.
Uma mulher chamou a PM, enquanto outra, junto da filha, começou a gritar com os seguranças para que soltassem o professor. Os PMs foram ao local, mas os seguranças já não estavam mais lá. A vítima alega que teve lesões no braço direito e no pescoço.
Por meio da assessoria de imprensa, a rede Oba informou que investiga o caso. “A Rede OBA é uma empresa idônea, que preza pela transparência e não compactua com nenhuma forma de violência. Nesse sentido, com a convicção de atuarmos sempre a partir de critérios fundamentados tecnicamente e pautados nos princípios de justiça que norteiam a empresa, foi instituído processo investigativo para apuração do caso”, informou.