As indústrias da região de Campinas mantêm o otimismo com relação à retomada da economia mesmo com as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. A regional Campinas do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) apresentou nesta terça-feira (22) a Sondagem Industrial do mês de junho, com dados positivos de produção e faturamento.
Ainda que exista a preocupação de que uma nova crise hídrica possa causar problemas de abastecimento e de oferta de energia elétrica, as empresas fizeram investimentos na melhoria dos processos de produção, na utilização de água de reuso, na utilização de tanques para armazenamento de água da chuva, além de investimento em energia solar, o que deve evitar uma situação extrema como em 2014/2015, que gerou perda de produção e demissões.
O vice-diretor do Ciesp-Campinas, José Henrique Toledo Corrêa, na apresentação da Sondagem destacou alguns indicadores positivos de junho em relação ao mês anterior – o volume de produção cresceu para 36% das empresas e o faturamento aumentou para 52% das respondentes. Outros indicadores dessa Sondagem Industrial, como número de funcionários e níveis de inadimplência e endividamento se mantiveram relativamente inalterados em relação ao mês anterior. O nível de utilização da capacidade instalada, na faixa entre 50,1% e 80%, aumentou em relação ao mês anterior, para 64% das indústrias respondentes.
“O ambiente de crescimento positivo vem desde o ano passado quando não havia vacina. A vacina está corroborando com isso (otimismo), mas a tendência já era de crescimento. Com a vacina tem também um aspecto psicológico animador, as pessoas ficam mais tranquilas”, disse José Henrique.
De acordo com o vice-diretor da entidade, os indicadores positivos tendem a se manter nos próximos meses. Contudo, os custos das matérias-primas se mantêm elevados – aumentaram para 81% das empresas, em relação ao mês anterior. Já os custos de energia, água e transporte aumentaram para 57% das empresas associadas respondentes.
Recursos hídricos
O Ciesp também se mantém atento para a possibilidade de uma nova escassez hídrica. Na pesquisa do Ciesp-Campinas, 36% das empresas se manifestaram “muito preocupadas” com os seus reflexos na atividade industrial e possível aumento nos custos, enquanto 52% delas se disseram “pouco preocupadas” e 12% responderam “não ter preocupação”.
Na avaliação do vice-presidente da Ciesp, existe a preocupação com a falta de água e energia elétrica, mas se esse cenário se concretizar não deve ser tão impactante quanto na crise de 2014/2015. “As empresas estão se preparando já há algum tempo com energia solar, fotovoltaica, tanto por causa do custo da energia e da oferta”, avaliou.
Com relação ao abastecimento de água, ele admite que há preocupação, mas que o cenário é mais favorável que no passado. “Aqui na região temos grandes indústrias consumidoras de água e podem vir a paralisar (em caso de crise hídrica). Mas algumas alternativas são feitas com água de reuso, muitas empresas criaram grandes tanques de captação de água da chuva para eventualidades. Foram usando a criatividade. A gente está contando também que em setembro voltem as chuvas”, afirmou.
Balança comercial regional
O Ciesp-Campinas apresentou os números da Balança Comercial Regional. Em maio de 2021 o valor exportado foi de US$ 235,7 milhões – 31,2% maior que em maio de 2020. Já as importações no mesmo mês foram de US$ 990,3 milhões – 43,3% maior do que em maio do ano passado. O saldo em maio de 2021 foi negativo em US$ 754,6 milhões – 47,6% maior do que o registrado em maio de 2020.
A corrente de comércio exterior regional (a soma das exportações e importações) em maio de 2021 foi de US$ 1,226 bilhão – 40,8% maior que no mesmo mês do ano passado.
Em maio os principais municípios exportadores da Regional Campinas do Ciesp foram, pela ordem: Campinas, Paulínia, Sumaré, Mogi Guaçu e Santo Antônio de Posse. Já os municípios que mais importaram foram: Paulínia, Campinas, Jaguariúna, Hortolândia e Sumaré.
O Ciesp-Campinas conta com 494 empresas associadas, distribuídas em 19 municípios da região. O faturamento conjunto das empresas associadas é de R$ 41,52 bilhões ao ano. Conjuntamente essas empresas empregam 98.894 colaboradores.