O Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) e a Universidade de São Paulo (USP) anunciaram os primeiros 15 projetos selecionados em sua primeira chamada conjunta de apoio à pesquisa científica. A iniciativa consolida uma parceria estratégica entre as duas instituições, reunindo a expertise acadêmica da USP e a infraestrutura de ponta disponível no CNPEM.
A apresentação foi feita em um evento na Reitoria da USP na última sexta-feira (29), com representantes das duas instituições. O programa, voltado a estudantes e pesquisadores vinculados à USP ou ao CNPEM, sediado em Campinas, concederá 20 bolsas de doutorado e 10 de pós-doutorado nesta primeira chamada e, na segunda chamada, mais 20 e 10, totalizando 60 bolsas. Nesta primeira chamada concorreram 64 projetos.
Os projetos contemplados abrangem áreas de relevância científica e tecnológica, como ciências exatas e da terra, engenharias, ciências agrárias, biotecnologia, ciências ambientais, ciências biológicas e ciências da saúde. Cada proposta será desenvolvida em colaboração entre grupos de pesquisa das duas instituições, com foco na geração de conhecimento de impacto e na formação de novos talentos.
As bolsas de doutorado são no valor de R$ 5.520 mensais, por até 24 meses, com possibilidade de renovação por igual período. As bolsas de pós-doutorado tem valor de R$ 12 mil mensais, por até 24 meses, também renováveis por igual período.
Projetos contemplados
Os 15 projetos aprovados abrangem diferentes áreas de conhecimento e inovação. Entre eles estão:
Arquitetura molecular de complexos filamentosos da Glutaminase C com GLS2 e P5CS e supercomplexos com ANT2/MICOS por criomicroscopia eletrônica
Alinhamento tomográfico sem reconstrução
Dispositivos microfisiológicos com array de sensores eletroquímicos inteligentes para a análise da viabilidade de células de pacientes com câncer de mama
Design e nanofabricação de plataformas plasmônicas para o controle de propriedades não-lineares em materiais bidimensionais
Espectroscopia de terahertz em materiais quânticos
Explorando enzimas oxidativas de fungos termofílicos visando a otimização do coquetel enzimático OpEn desenvolvido no CNPEM voltado para biorrefinarias brasileiras
Tratamento de doenças inflamatórias via inibição da formação e degradação de NETs
Efeitos da superprodução de aromáticos de alto valor na nanoestrutura da parede celular em cana-de-açúcar
Biodiversidade brasileira em foco: bioprospecção de novos micro-organismos e enzimas por meio de abordagens multi-ômicas
Estudo biofísico dos mecanismos moleculares de co-condensação de proteínas de grânulos de estresse
Interações ecológicas e metabólicas na rizosfera sob sistemas diversificados: efeitos no microbioma do solo, sequestro de carbono e emissões de N₂O
Transistores eletrolíticos para o monitoramento de resíduos de agrotóxicos
Transformações químicas de materiais em estado sólido e interfaces: da síntese mecanoquímica à aplicação eletroquímica monitoradas por espectroscopia de raios-x resolvida no tempo
Nanoligninas de diferentes fontes vegetais aplicadas à produção de hidrogéis biomiméticos
Internalização de vesículas extracelulares tumorais: uma investigação por criotomografia correlativa
Antonio José Roque da Silva, diretor-geral do CNPEM, destacou a importância do programa para o avanço da ciência nacional. “As propostas selecionadas incorporam desafios que são importantes não somente para o desenvolvimento da ciência fundamental, mas também para a solução dos problemas do nosso País. Essa preocupação já é um componente muito importante e presente no dia a dia do CNPEM e fico feliz que tenha naturalmente se repetido nesses projetos”, afirmou.
O reitor da USP, Carlos Gilberto Carlotti Junior, reforçou o papel da parceria para potencializar a produção científica no País. “Com essa iniciativa, estamos deixando um legado muito grande para a ciência brasileira. Ao colocarmos a USP e o CNPEM, que é um dos maiores laboratórios de pesquisa do País, estamos integrando os nossos pesquisadores e aumentando nossa capacidade de realizar perguntas disruptivas e respondê-las com a metodologia adequada”, declarou.
*Com informações da USP











