Depois do péssimo desempenho na Copa América, a seleção boliviana trocou de treinador, conquistou duas vitórias consecutivas nas Eliminatórias Sul-Americanas, saiu da vice-lanterna da competição e se colocou de vez na briga por uma vaga na Copa do Mundo de 2026, nos Estados Unidos, México e Canadá.
Na última sexta-feira (10), a Bolívia aplicou goleada por 4 a 0 sobre a Venezuela, em El Alto, a quatro mil metros de altitude. Já nesta terça-feira (10), derrotou o Chile por 2 a 1 em Santiago, voltando a ganhar fora de casa nas Eliminatórias após 31 anos.
Nesses dois triunfos, a seleção boliviana teve como titular o zagueiro e capitão Luis Haquín, da Ponte Preta. Ele jogou os 90 minutos de ambos os jogos, embora não venha sendo aproveitado na Macaca, sem nenhuma partida disputada desde a chegada do técnico Nelsinho Baptista, no fim de maio.
A Bolívia não vencia uma partida como visitante nas Eliminatórias desde 1993, quando goleou a Venezuela por 7 a 1, na casa do adversário. Na ocasião, os bolivianos se classificaram para a Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos, justamente um dos países-sede do próximo Mundial, em 2026. Será que a Bolívia voltará a disputar um Mundial novamente na América do Norte depois de 32 anos?
Dona da pior campanha da mais recente edição da Copa América, com três derrotas, nenhum ponto conquistado, 10 gols sofridos e apenas um marcado em três jogos da primeira fase, a Bolívia demitiu o técnico brasileiro Antônio Carlos Zago e contratou o treinador local Óscar Villegas para a sequência das Eliminatórias Sul-Americanas. Nos primeiros seis jogos da competição qualificatória, a seleção boliviana tinha cinco derrotas e apenas uma vitória, totalizando três pontos.
Com os dois resultados positivos nesta última Data FIFA, a Bolívia deixou a penúltima colocação e agora aparece na oitava colocação das Eliminatórias Sul-Americanas, com nove pontos em oito rodadas, mesma campanha do Paraguai, sétimo colocado, que hoje iria para a repescagem, e apenas um ponto atrás de Brasil e Venezuela, que estão dentro da zona de classificação para a Copa do Mundo. São seis vagas diretas e uma para repescagem.
A boa campanha da Bolívia nas Eliminatórias reflete, entre outras coisas, o sucesso recente de clubes bolivianos, como Bolívar e The Strongest, que vêm marcando presença constante no mata-mata da Libertadores. Na atual edição da principal competição do continente, as duas equipes de La Paz lideraram seus grupos na primeira fase, mas acabaram eliminadas nas oitavas de final.
Haquín não joga há mais de 100 dias na Ponte
Desde que retornou da disputa da Copa América, competição em que defendeu a seleção boliviana como titular e capitão, entre junho e julho deste ano, o zagueiro Luis Haquín ainda não foi utilizado nem sequer relacionado pelo técnico pontepretano Nelsinho Baptista.
Questionado sobre a ausência do defensor de 26 anos até mesmo no banco de reservas nas partidas da equipe alvinegra, o experiente treinador de 74 anos justificou como uma escolha 100% técnica, em entrevista concedida em agosto: “Eu não estou relacionando o Haquín porque tem jogadores melhores do que ele e também em melhores condições. Eu procuro sempre levar os melhores, aqueles que eu acho que vão produzir mais para o time dentro de campo, por isso que ele não está indo”.
A última vez que Luis Haquín entrou em campo com a camisa da Ponte Preta foi na derrota por 2 a 0 para o Ituano, no dia 26 de maio, portanto há mais de 100 dias, no estádio Novelli Júnior, em Itu. O resultado negativo diante do então lanterna da Série B provocou o pedido de demissão do técnico João Brigatti. Desta forma, Haquín ainda não disputou nenhuma partida sob o comando de Nelsinho Baptista, que assumiu o cargo na virada de maio para junho.
Contratado junto ao Deportivo Cali, da Colômbia, com indicação do técnico campineiro Thiago Leitão, ex-jogador da Ponte Preta, que trabalha há vários anos no futebol boliviano, Luis Haquín desembarcou no estádio Moisés Lucarelli no início deste ano, como um dos reforços da equipe para a temporada de 2024.
Entre janeiro e maio, o defensor disputou 12 jogos com a camisa da Macaca: seis pelo Campeonato Paulista e outros seis pela Série B, sendo escalado em todos como titular pelo ex-técnico João Brigatti.
O período de mais de um mês com a seleção boliviana devido à Copa América, na primeira vez que desfalcou o time alvinegro por motivo de compromissos com sua seleção nacional, coincidiu justamente com a chegada e as primeiras semanas de trabalho de Nelsinho Baptista, portanto o zagueiro já largou atrás da concorrência nesse quesito.
Com a camisa da Bolívia, Luis Haquín já disputou três edições de Copa América e também participou das últimas duas Eliminatórias para a Copa do Mundo. Agora, vem acumulando convocações e sendo um pilar importante na qualificatória para o Mundial de 2026.
Desde 2017, quando estreou na seleção principal com apenas 19 anos, Luís Haquín já disputou 39 jogos pela Bolívia, tendo marcado um gol na vitória por 3 a 0 sobre Myanmar, em amistoso disputado em 2018, na Ásia.