As Nações Unidas consideram que existe uma “forte probabilidade” de o hospital pediátrico de Kiev ter sido atingido por um “disparo direto” de um míssil russo e pedem uma investigação. A representante do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos na Ucrânia, Danielle Bell, disse em Genebra que é necessária uma investigação mais aprofundada com análise de imagens vídeo.
Danielle Bell disse que o hospital foi atingido por um míssil de cruzeiro KH101 “lançado pela Federação Russa”.
Na segunda-feira, os ataques russos contra várias cidades ucranianas causaram pelo menos 38 mortos e 190 feridos, incluindo no hospital pediátrico em Kiev. Poucas horas após o ataque, as forças de Moscou negaram o disparo contra o hospital de Kiev, acusando a Ucrânia de autoria do bombardeio.
“Um míssil russo atingiu o maior hospital infantil da Ucrânia, tendo como alvo jovens pacientes com câncer. Muitos foram soterrados sob os escombros. É uma enorme desilusão e um golpe devastador nos esforços de paz ver o líder da maior democracia do mundo abraçar o criminoso mais sangrento do mundo em Moscou num dia destes”, escreveu o presidente Zelensky nas redes sociais.
Resgates
Cerca de 400 membros dos serviços de emergência continuam a trabalhar no resgate no hospital infantil Ohmatdit, em Kiev, e em outros locais da capital atingidos pelo ataque russo de segunda-feira, declarou o presidente da Ucrânia.
“Nos locais atingidos por mísseis, o trabalho de emergência e resgate não parou durante toda a noite”, declarou Volodymyr Zelensky nas suas redes sociais, confirmando que 38 pessoas morreram no ataque russo de segunda-feira a Kiev e à região de Dnipropetrovsk, no centro da Ucrânia. Dessas 38 mortes, 27 ocorreram na capital do país.
Segundo o presidente ucraniano, o número de feridos subiu para 190 pessoas, dos quais 64 estão hospitalizados em Kiev e outros 28 em Kryvyi Rih, a cidade industrial de Dnipropetrosvsk, onde morreram dez pessoas.
Zelensky também afirmou que o seu Governo continua a trabalhar “para fortalecer a proteção” das cidades ucranianas contra ataques russos. “Haverá decisões. O mundo tem a força necessária para isso”, acrescentou Zelensky.
A Ucrânia espera obter novas decisões dos seus aliados na cúpula da OTAN que lhe permitirão se defender melhor contra ataques aéreos russos.
Kiev pede total liberdade para atacar, com armas dos seus aliados, objetivos militares inimigos dentro do território da Federação Russa e ser capaz de neutralizar na fonte e preventivamente os ataques do exército russo.
Os Estados Unidos e outros aliados continuam a impor restrições ao uso das suas armas em território russo por medo da reação de Moscou.
De acordo com as autoridades ucranianas, mais de 40 mísseis foram lançados sobre várias cidades ucranianas na segunda-feira. Além de Kiev, Dnipro, Kryvyi Rih, Sloviansk, Kramatorsk, Pokrovsk, entre outras, foram alvo dos mísseis russos.
Abominável
O governo australiano qualificou de abominável o ataque de mísseis da Rússia contra vários alvos ucranianos, entre eles um hospital pediátrico em Kiev, na segunda-feira, dia em que foram mortas 38 pessoas.
“Os ataques com mísseis da Rússia a várias cidades ucranianas, incluindo um hospital pediátrico em Kiev, são abomináveis”, escreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Penny Wong, na rede social X (antigo Twitter), ao condenar as ações, que fazem parte da invasão russa da Ucrânia, iniciada a 24 de fevereiro de 2022.
“Condenamos os ataques a infraestruturas civis, incluindo hospitais. A Austrália continua a apoiar o povo da Ucrânia face à guerra ilegal e imoral da Rússia”, acrescentou a chefe da diplomacia australiana.
A Austrália é um dos maiores fornecedores de ajuda a Kiev, fora da OTAN, para a compra de armas, munições e veículos militares, assim como de pacotes humanitários.
(Agência Lusanews)