O Ministério da Saúde de Gaza anunciou nesta quinta-feira (15) que mais de 40 mil palestinos morreram no enclave desde o início da guerra entre o Hamas e Israel, acrescentando que cerca de 10 mil corpos estão desaparecidos debaixo dos escombros.
“Os mortos palestinos atingiram o número de 40.005, no qual se incluem mais de 16.400 menores, após a contabilização de mais 40 vítimas por ataques israelitas nas últimas 24 horas”, informou o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.
O número de feridos em 314 dias de guerra subiu para 92.401, depois de somados os 107 que deram entrada no último dia nos hospitais da Faixa de Gaza, onde mais de dois milhões de pessoas, a quase totalidade da população, está deslocada devido ao conflito.
O Governo do Hamas adiantou que 36 pessoas – a maioria crianças – morreram de fome e que há outros 3.500 menores com risco de perderem a vida por desnutrição face às restrições à entrada de ajuda humanitária.
Adiantou ainda que 175 centros de abrigo, como escolas, centros médicos e mesquitas, foram atacados pelas forças israelitas.
Cerca de 12 mil feridos devem viajar para receberem tratamento médico. Há 10 mil doentes com cancro e outros três mil vítimas de outras patologias com risco de morte e carentes de tratamento. Há ainda 1,7 milhão de habitantes de Gaza com doenças infecciosas devido a superlotação nos centros de refugiados, onde as condições de higiene são deficientes.
O Exército israelita mantém a sua ofensiva terrestre em Rafah e Khan Yunis, no sul do enclave, assim como na cidade de Gaza e na zona central, além de desencadear ataques aéreos diários em todo o território, contabilizando-se mais de 30 nas últimas horas.
Histórico
Israel declarou em 7 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para “erradicar” o Hamas depois de seu território ser atacado pelo grupo palestino. Em território israelense, a força ofensiva sem precedentes matou 1.194 pessoas, a maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
Medidas
Começa nesta quinta em Doha, Qatar, a reunião promovida pelos mediadores internacionais para discutir um acordo de cessar-fogo em Gaza e deverá prolongar-se durante vários dias.
A reunião foi convocada pelos Estados Unidos, Qatar e Egito, que têm servido como mediadores no conflito na Faixa de Gaza, em curso há mais de dez meses, para pressionar Israel e o Hamas a aceitar uma trégua.
Em cima da mesa está um acordo que permitiria a troca dos 111 reféns israelitas ainda detidos em Gaza pela libertação de prisioneiros palestinos em Israel, apesar de as partes estarem em confronto há meses sobre uma linha vermelha: o fim definitivo dos combates e a retirada das tropas israelitas do enclave.
No entanto, o Hamas recusou participar nestas negociações, pedindo que seja aplicado o que já foi acordado, com base no roteiro de paz proposto pelo presidente norte-americano, Joe Biden. Os porta-vozes dos EUA asseguraram entretanto que o Qatar está a trabalhar para garantir que o grupo islamita esteja representado na reunião. (Agência Lusa)











