O garoto Pedro cresceu “cortando” bolas sobre a rede numa quadra. Ele era um dos integrantes dos times de base da Fonte São Paulo, clube tradicional na revelação de atletas de vôlei em Campinas. Campeonatos paulistas nas categorias infanto e juvenil foram algumas das competições da qual participou ao lado de feras, como Bruno Rezende, filho de Bernardinho com Vera Mossa e que futuramente se tornaria levantador da seleção brasileira e campeão olímpico.
Pedro também se tornou um vencedor. Construiu carreira de sucesso em São Carlos e outras cidades do Interior paulista. Agora, está de volta para atuar em Campinas. Do vôlei, no entanto, ele só carrega os ensinamentos que o levaram a se tornar destaque em outro ramo. CEO do Grupo ADN, uma das construtoras mais admiradas do estado de São Paulo e que está entre as 35 maiores do Brasil, Pedro Donadon celebra a possibilidade de lançar os primeiros empreendimentos na cidade onde nasceu.
“Campinas é a cidade dos meus avós, pais e é onde nasci e cresci. Para mim, é um orgulho imenso poder contribuir para o seu crescimento”, diz Donadon, de 35 anos.
O Grupo chega no município anunciando investimentos de R$ 500 milhões e com perspectiva de lançar 8 empreendimentos até 2025. O primeiro, com plantão prestes a ser lançado, será o condomínio Santorini Residence com 600 apartamentos, a ser erguido às margens da John Boyd Dunlop, em frente ao Campus II da PUCC.
Filosofia calcada nos ensinamentos do esporte
Quando fala de Campinas, Donadon coloca a sua ligação com o vôlei como um elemento fundamental em sua formação como pessoa e profissional. “O esporte nos traz aprendizados essenciais”, destaca. “O trabalho em equipe, preparação, foco, disciplina, resiliência e a capacidade em lidar com as derrotas e as vitórias são ensinamentos para uma vida”, expõe. Não por acaso, a ADN hoje investe pesado no esporte, tanto de formação como de alto rendimento. O basquete de Franca, o jogador de futsal Rodrigo Hardy, o Capita, o atletismo e o time de futebol do São Carlense, o futebol feminino da Ferroviária e a Ponte Preta são alguns dos patrocinados.
“Além de proporcionar entretenimento e competição, o esporte possui um potencial único para influenciar positivamente o desenvolvimento das pessoas, tanto física quanto mentalmente”, enfatiza o Grupo.
Da Fonte para a construção civil
Em Campinas, ao mesmo tempo em que jogava vôlei na Fonte, o garoto Pedro também se preparava para entrar na universidade. “Prestei vestibular na Unicamp e passei, mas lá não tinha engenharia civil. Então optei pela USP e fui estudar em São Carlos”, conta, relatando como o vôlei perdeu uma promessa para o universo do empreendedorismo urbano.
Nos bancos da faculdade, os vários parceiros de equipe na época de Fonte São Paulo foram substituídos por uma dobradinha na vida do estudante campineiro. Nas salas de aula, ele conheceu Silvio Andrino, com quem formou uma parceria, que dura até os dias de hoje. O treinamento da dupla para o alcance de voos maiores, aliás, começou na república onde ambos moravam.
“Coordenávamos tudo ali, organização de finanças, gerenciamento, suprimento para festas”, conta o ex-jogador. Depois de formados, era hora do treino dar lugar ao jogo. E a competição foi pesada.
“Começamos nosso projeto do zero”, lembra Pedro. Por não ser uma cidade grande e haver pouca concorrência, São Carlos foi um lugar importante para o pontapé inicial, explica o campineiro. E foi por meio de uma visão de mercado que os parceiros começaram a arregaçar as mangas.
“Dentro da nossa inquietação, percebemos que havia na cidade muitas pessoas querendo construir, mas sem a orientação de um profissional. Preenchemos essa lacuna. Chegamos a construir 300 casas”, recorda o empreendedor.
Uma parceria com a Caixa Econômica Federal foi fundamental para a estruturação da empresa e o primeiro condomínio, com 38 casas, foi levantado. Depois, vieram os empreendimentos verticais e o lançamento de produtos mais sofisticados, com elevadores, varandas, vasta área de lazer, piscina.
“Saímos de São Carlos e fomos para Mococa, Itapetininga, Araras, Araraquara”, conta Pedro, nesse momento já com o sobrenome Donadon em destaque.
Hoje, com uma expansão que chega a Sorocaba e projeta negócios em Ribeirão Preto e Piracicaba, a ADN atua em 25 municípios, com 12 mil unidades lançadas em 12 anos de existência. Até o final de 2023, a meta é chegar a um investimento de R$ 700 milhões.
Os números são robustos e, para alcançá-los, Donadon reconhece que trabalha muito. Por outro lado, como bom seguidor da filosofia esportiva, não abre mão da disciplina para que o descanso também faça parte da rotina. Casado, tem como principal lazer curtir as duas filhas, uma de 2 anos e outra de apenas três meses de idade, seu maior xodó.