A Altercamp, uma das três cooperativas do transporte público alternativo que opera em Campinas, é investigada por envolvimento em lavagem de dinheiro do tráfico de drogas. O Grupo de Atuação Especial do Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público e o Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar (Baep) realizaram nesta sexta-feira (7) buscas na sede da cooperativa, no bairro Ponte Preta. A ação faz parte da nova fase da Operação Sumidouro, contra o tráfico de drogas, em Campinas.
Segundo o Baep, foram apreendidas duas espingardas, uma calibre 22 e outra calibre 12, além de munições e documentos na sede da Altercamp. A polícia explica que a administração da cooperativa estaria em nome de laranjas, além de outros bens dos criminosos. O objetivo seria lavar dinheiro do tráfico.
Ainda nesta sexta, uma pessoa foi presa em flagrante em uma residência no bairro Campos Elíseos, onde também armas de fogo foram apreendidas.
A primeira fase da operação aconteceu na quarta-feira (6), quando três mandados de prisão foram cumpridos.
A Emdec informou por meio de nota que a Prefeitura não tem contrato com a Cooperativa.
Em relação aos indícios de corrupção de agente público apontados pelo Ministério Público, a Emdec infrmou que será aberto um procedimento interno de apuração dos fatos e que está aberta a fornecer toda a documentação relacionada aos permissionários investigados, assim como da inspeção de seus veículos.
Comunicado da Emdec
“Cabe esclarecer que a Administração não tem contrato com a Cooperativa Altercamp. Os Termos de Permissão são assinados diretamente com cada um dos permissionários que compõem a Cooperativa. Do total que os permissionários têm a receber, a Emdec repassa 21% para a Cooperativa para cobrir gastos administrativos e operacionais, conforme estabelece a Legislação Municipal e nos Termos de Permissão. Esses cálculos são feitos pela Emdec.
A Emdec não tinha conhecimento dessa operação do Gaeco e vai acompanhar o desenrolar das investigações para tomar as providências que venham a ser necessárias, em relação aos permissionários que estejam envolvidos, após a conclusão da investigação.”
A Altercamp opera com 91 veículos na cidade. O sistema de transporte público alternativo de Campinas é integrado ainda pela Cooperatas e Cotalcamp.
A advogada da Altercamp, Daniela Giungi, se manifestou em entrevista à EPTV. “A parte da investigação estamos colaborando em tudo porque prestamos serviços de apoio a todos os permissionários. Os ônibus não são nossos, nós recebemos pelos serviços que prestamos. O que o dono do ônibus faz das portas para fora, na vida pessoal dele, a gente não tem acesso.”
Galerias pluviais
O nome da operação – “Sumidouro” – é uma alusão às galerias pluviais, locais onde acontecia a atuação do grupo criminoso. Segundo a polícia, os pontos de venda de droga eram nessas galerias para dificultar a ação dos policiais.