A Coreia do Norte lançou nesta quinta-feira (30) uma dezena de mísseis balísticos para o mar do Japão, um dia depois de enviar centenas de balões com lixo e fezes para o Sul, segundo fontes oficiais sul-coreanas.
“Os mísseis foram lançados da zona de Sunan, em Pyongyang, às 06:14 locais, e se deslocaram por cerca de 350 quilómetros antes de caírem no Mar do Japão”, declarou em comunicado o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul.
As forças armadas sul-coreanas condenaram “a provocação” norte-coreana e afirmaram que “intensificaram a vigilância de lançamentos adicionais, ao mesmo tempo que partilham informações com as autoridades norte-americanas e japonesas”.
O Ministério da Defesa japonês afirmou que um dos projéteis teria caído por volta das 06:21 locais no mar do Japão, provavelmente fora da zona económica exclusiva do país.
“Até agora não foram confirmados quaisquer danos, embora eu tenha dado instruções para efetuarmos todas as verificações de segurança necessárias”, disse nesta quinta o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, numa conferência de imprensa.
Kishida condenou o lançamento e afirmou que a Coreia do Norte violou as resoluções do Conselho das Nações Unidas, acrescentando que o protesto do Japão já foi enviado por meio dos canais diplomáticos.
“Continuaremos a envidar esforços para recolher informações e manter a vigilância, além de que tenciono também trabalhar em estreita colaboração com os Estados Unidos e a Coreia do Sul”, acrescentou Kishida.
Ataques
Os testes desta quinta ocorreram um dia depois de a Coreia do Norte ter enviado mais de 200 balões cheios de lixo, papel higiénico e fezes de animais para o país vizinho do Sul, segundo vários meios de comunicação social.
A operação foi confirmada por Kim Yo-jong, irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un e uma das principais porta-vozes do regime, que mencionou de forma sarcástica à reação das autoridades de Seul.
“Tentamos algo que eles sempre fizeram, mas não entendo por que estão fazendo tanto barulho, como se fossem vítimas de uma saraivada de balas”, destacou Kim Yo-jong, citada num comunicado divulgado pela agência de notícias estatal norte-coreana KNCA.
Desde que a Guerra da Coreia (1950-1953) terminou, o Norte e o Sul permanecem em clima de tensão. A fronteira entre os dois países é extremamente fortificada, incluindo a zona desmilitarizada.
Ativistas sul-coreanos lançam por vezes balões com folhetos de propaganda contra o poder norte-coreano e dinheiro destinado às pessoas que vivem ao norte da fronteira.
Estes lançamentos há muito que despertam irritação na autoridade norte-coreana. (Agência Lusa)