Apesar da crescente sensação de que o pior já passou e da volta à vida “normal”, o Brasil chega hoje à marca de 600 mil mortos pela Covid-19 e com uma média de quase 500 óbitos por dia. Números divulgados na noite desta quinta-feira (7) apontavam 599.865 vítimas da doença desde o início da pandemia. A marca dos 600 mil será, provavelmente, alcançada nesta sexta-feira.
Mesmo com o avanço da vacinação e a queda de infectados, especialistas alertam para o risco do surgimento de variantes.
Na quinta, o País registrou mais 15.591 casos de Covid-19 e 451 mortes pela doença em 24 horas, segundo a atualização epidemiológica divulgada pelo Ministério da Saúde. Ao todo são 21,5 de notificações oficiais e 599.865 óbitos, desde o início da pandemia.
O boletim indica que 20,6 milhões estão recuperadas da infecção pelo novo coronavírus.
No topo do ranking de mortes por estado, estão São Paulo (150.540), Rio de Janeiro (66.784), Minas Gerais (54.873), Paraná (39.422) e Rio Grande do Sul (34.996). Os estados que menos registraram mortes por Covid-19 foram o Acre (1.839), o Amapá (1.986) e Roraima (2.005).
Vacinação em alta
Segundo o painel nacional de vacinação do Ministério da Saúde, 243,5 milhões da vacina contra a Covid-19 ofertados pelo SUS foram aplicadas. Destas, 148,74 milhões são relativas à primeira dose do ciclo vacinal, enquanto 96,36 milhões são referentes à segunda dose ou dose única. Ao todo, foram distribuídas para os estados 301 milhões de doses de imunizantes.
Sucesso da imunização
A boa notícia é o efetivo impacto da vacina para controle da pandemia. O Boletim Observatório Covid-19, divulgado nesta quinta-feira (7) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mostra que o sucesso da vacinação na prevenção de formas graves e fatais da doença é traduzido na redução no número de casos e óbitos, e, ainda, na estagnação na taxa de ocupação de leitos de UTI para adultos no Sistema Único de Saúde (SUS) em patamares baixos, na maioria dos estados.
Os pesquisadores da Fiocruz consideram, no entanto, que a população deve ter prudência e continuar usando máscara e mantendo as demais medidas preventivas, como higienização das mãos, distanciamento social e uso de álcool gel, para bloquear a circulação do vírus.
O Índice de Permanência Domiciliar se encontra próximo de zero desde o mês de julho. Isso significa que a intensidade de circulação de pessoas nas ruas é similar à observada no período pré-pandemia. Os pesquisadores alertam, porém, que essa ausência de distanciamento físico reúne diversas formas de aglomeração, que vão desde o transporte público até atividades de comércio e lazer.
“Em qualquer dessas situações, há uma exposição prolongada de pessoas em espaços confinados. E isso ocorre com pouco mais de 40% da população com esquema vacinal completo”, adverte a Fiocruz.
Apesar de muitas pessoas em circulação já terem sido imunizadas, as vacinas não previnem completamente a infecção ou a transmissão do vírus, alerta o documento.
Por isso, a recomendação dos especialistas é que, até que o País alcance um patamar ideal de cobertura vacinal, estimado em torno de 80%, as medidas de distanciamento físico e prevenção, bem como a adoção do passaporte vacinal, devem ser mantidas.
Os pesquisadores defendem também que atividades que representem maior concentração e aglomeração de pessoas só sejam realizadas com comprovante de vacinação. Os cientistas que integram o Observatório Covid-19 avaliam que não é prudente, nem oportuno, “falar em prazos concretos e datados para o fim da pandemia”, mas em garantir que sejam tomadas as medidas necessárias para que esse dia possa se aproximar com maior rapidez.
Mortalidade
A mortalidade por Covid-19, atualmente, gira em torno de 500 casos por dia. O boletim sinaliza queda expressiva em comparação ao pico registrado em abril, quando foram notificados mais de 3 mil óbitos diários. Mas, apesar da retração, os números ainda demonstram que a transmissão permanece, bem como a incidência de casos graves que exigem cuidados intensivos.
Ao longo da última semana, foi registrada média de 16.500 casos confirmados e 500 óbitos diários por Covid-19. De acordo com o boletim da Fiocruz, isso mostra ligeira alta do número de casos (0,4 % ao dia) e queda no número de óbitos (0,7% ao dia). A circulação de pessoas nas ruas e a positividade de testes permanecem, contudo, elevadas.
(Com Agência Brasil e Chico Bruno/Carlos Brickmann)