Nesta quinta-feira (12) foi realizada a primeira reunião de oitivas da Comissão Processante (CP) instaurada na Câmara de Campinas para avaliar posturas do vereador Vini Oliveira (Cidadania).
Foram colhidos os depoimentos da médica Daiane Copercini, que acusa Vini Oliveira de ter agido de forma agressiva e desrespeitosa durante uma ação de fiscalização no hospital Mário Gatti, no dia 1º de janeiro deste ano, e de mais três testemunhas da acusação, também trabalhadores da instituição.
Já no dia 17 de junho, próxima terça-feira, será a vez das testemunhas de defesa, encerrando com o próprio depoimento de Vini Oliveira.
“Essas oitivas dão luz a uma questão: a de que estamos vivendo uma crise programada na saúde, por falta de investimentos na atenção básica, a terceirização e a privatização. E a postura do vereador Vini em incitar a população e constranger os trabalhadores não resolve a situação da crise. Pelo contrário, cria confusão e fragiliza ainda mais os trabalhadores e o serviço, agravando o quadro. O problema da crise na saúde está na gestão, na decisão e na política da prefeitura do Dário Saadi”, afirmou a vereadora Mariana Conti (PSOL), que preside a Comissão Processante,
A comissão pode, ao final dos trabalhos, recomendar inclusive a cassação do mandato do parlamentar.
A vereadora Mariana Conti informou ainda que seu mandato apresentou um pedido de Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Rede Mário Gatti. “Medida urgente e necessária para frear a crise programada na saúde pública de Campinas”, destacou.
Instauração da CP
Em 23 de maio, a Comissão Processante (CP) instaurada na Câmara de Campinas decidiu, por maioria, pela continuidade das investigações contra Vini Oliveira. O parecer preliminar foi apresentado pelo relator Nelson Hossri (PSD), que argumentou haver indícios suficientes para aprofundar a apuração.
Segundo Hossri, o caso apresenta “narrativa consistente, apoiada em provas documentais, audiovisuais e testemunhais”. O relator também alertou que o “uso desmedido e abusivo do poder de fiscalização pode prejudicar os serviços públicos essenciais”.
Já a defesa de Vini Oliveira pediu o imediato arquivamento da CP. Em documentos em que a imprensa teve acesso, o defensor argumenta que a Comissão teria vícios de origem, perseguição política e falta de isenção do relator, Nelson Hossri (PSD).
“O relator da Comissão Processante, vereador Nelson Hossri, ao se manifestar em entrevista pública antes mesmo do recebimento desta defesa, já declarou, de forma aberta, o seu posicionamento pela continuidade da investigação e condenação do acusado”, diz o texto. Em suas declarações, Hossri sustentou que todo o processo será analisado de forma “imparcial, republicana e justa”.
O único voto contrário à continuidade da investigação foi do vereador Nick Scheider (PL), que considerou frágeis os fundamentos da denúncia e defendeu que o caso fosse analisado pelo Conselho de Ética, e não por uma Comissão Processante.
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