Apesar da redução de veículos em circulação por conta da pandemia do coronavírus, o número de acidentes com mortes em Campinas cresceu na comparação entre 2019 e 2020, segundo relatório de acidentalidade apresentado nesta terça-feira (11) pela Emdec – a empresa municipal que disciplina o sistema de trânsito na cidade. Os atropelamentos tiveram a maior alta.
O atropelamento de pedestres cresceu 61% no mesmo período e a maioria dos casos, se deu entre pessoas na faixa acima de 72 anos.
Depois de apresentar queda desde 2018, o número de vítimas fatais em acidentes de trânsito na malha urbana de Campinas subiu 1,7% na comparação com 2019. Segundo o estudo, o atropelamento de pedestres cresceu 61% no mesmo período e a maioria dos casos, se deu entre pessoas na faixa acima de 72 anos.
Os técnicos da Emdec avaliam que o aumento na gravidade dos acidentes é consequência de vias mais livres, nas quais os motoristas passaram a abusar da velocidade
Segundo os dados apresentados pela estudo, houve aumento de 58,7% nos registros de velocidade acima de 100km\h em 2020, na comparação com 2019. Houve ainda, aumento de 17,8% na velocidade acima de 70 km\h.
O uso de álcool ao volante e o desrespeito às regras de trânsito também foram fatores que contribuíram para esse resultado, segundo os técnicos.
Balanço
Em 2020 ocorreram 61 mortes. Destas, 24 foram de ocupantes de motocicletas; 10 de ocupantes dos demais veículos, 6 condutores de bicicletas e 21 vítimas pedestres, mostra o relatório. A motocicleta esteve envolvida em 48% dos acidentes fatais, sendo 40% em acidentes com vítimas e 8% em atropelamentos.
A morte de pedestres foi o segmento que apresentou maior aumento nas vítimas fatais. Subiu de 13 para 21 – aumento de 61,5% dos casos e respondendo por 34,4% de todos os casos. Destes, 71% das vítimas de atropelamento são homens e 38% idosos acima de 72 anos.
Veja as principais conclusões do estudo:
• Embora em queda, a motocicleta é o segmento que teve maior participação no total das vítimas fatais, representando 39,3%; 96% das vítimas envolvendo motos são homens; 29,2% jovens entre 18 e 23 anos
• Motocicletas estiveram envolvidas em 48,0% dos acidentes fatais; representam 15,0% da frota licenciada do município
• Pedestres é o segmento que apresentou maior aumento nas vítimas fatais, atingindo participação de 34,4%; 71,0% das vítimas de atropelamento são homens; 38,0% idosos acima de 72 anos
• Ônibus estiveram envolvidos em 20,0% dos acidentes fatais; 40,0% dos ônibus envolvidos nos atropelamentos fatais são do sistema de transporte público; o tipo de veículo ônibus representa apenas 0,6% da frota licenciada
• Ciclistas foram vitimados em 10% dos acidentes fatais
• Às segundas-feiras, quartas-feiras, quintas-feiras e domingos se concentraram 70% dos acidentes com vítimas fatais no município. No período noturno é quando aconteceram a maioria dos acidentes fatais: 48%
• No geral, as principais vítimas foram jovens de 18 a 29 anos (29,5%) e homens (87%)
• 48,5% das vítimas mortas que passaram por exame de alcoolemia estavam alcoolizadas no momento do acidente. A maioria dos casos concentraram-se de sexta-feira a domingo (75,0%), e de noite ou madrugada (94,0%). Dentre os alcoolizados, os condutores de motocicletas tiveram a maior participação: 43,8%;
• 68,8% (42) das vítimas de 2020 entraram em óbito no local do acidente, ou ainda no mesmo dia – a caminho do hospital ou no hospital – reforçando a elevada severidade desses acidentes, diretamente relacionada com a preponderância do fator de risco “excesso de velocidade” nos acidentes fatais, apontado nas análises do Comitê do Projeto Vida no Trânsito / Observatório Municipal de Trânsito;
• Álcool, excesso de velocidade e desrespeito à sinalização foram os fatores e condutas de risco mais frequentes nas fatalidades de ocupantes de veículos;
• Dos ocupantes dos veículos envolvidos nos acidentes fatais, 60% (6/10) não utilizavam o cinto de segurança;
• As vias que mais registraram acidentes fatais foram a Av. John Boyd Dunlop, Av. Pres. Juscelino e a Av. das Amoreiras. Já as vias que mais registraram atropelamentos são a Av. John Boyd Dunlop e a Av. Ruy Rodriguez.