Acompanhado pelo prefeito Dário Saadi, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, visitou o Pátio Ferroviário de Campinas na tarde desta quinta-feira (27) e se comprometeu a trabalhar para uma rápida alienação de parte da área do Pátio. O ministro esteve antes na Prefeitura Municipal e assistiu a uma apresentação sobre a revitalização do espaço localizado na região central de Campinas.
Segundo o prefeito, a visita possibilitou mostrar a importância de que o governo federal promova a alienação de parte do terreno para permitir a restauração da estrutura restante. “Pediremos, como contrapartida do EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança) dos futuros empreendimentos, o restauro dos imóveis que não forem interessantes para cessão onerosa imediata. O ministro será parceiro da cidade na finalização deste primeiro passo da revitalização do Centro”, reforçou.
Assumir parte do complexo é desejo antigo das administrações campineiras. Por enquanto, a licença era apenas provisória.
Percorrendo o Pátio, o ministro Tarcísio Gomes de Freitas ressaltou que a área tem muito potencial e é importante que seja incorporada ao tecido urbano. “Há um potencial enorme de utilização, de geração de negócios e empregos”, constatou. “A cidade ganha muito com isso e o projeto terá total adesão do Ministério da Infraestrutura”, prometeu.
Freitas é pré-candidato ao governo de São Paulo. Suas agendas recentes têm, inclusive, sinalizado essa intenção de disputar o Palácio dos Bandeirantes.
Seu nome está sendo alçado pelo presidente Jair Bolsonaro. Já há movimentos bolsonaristas em Campinas trabalhando pelo seu nome, conforme apurou o Hora Campinas.
O ministro ressaltou, durante a visita, que trabalhará para viabilizar rapidamente o projeto junto à Secretaria do Patrimônio da União (SPU). Em sua previsão, entre março e abril deste ano o processo de liberação do terreno para alienação estará concluído.
O projeto de revitalização do Pátio Ferroviário está sendo encaminhado desde o ano passado entre a Prefeitura e a Secretaria do Patrimônio da União. Autoridades federais, estaduais e municipais acompanharam a visita ao local, nesta quinta-feira.
Parque, projetos habitacionais e empresariais
Da área total de 310 mil metros quadrados, serão alienados 47 mil metros quadrados para projetos habitacionais. Outros 150 mil metros quadrados serão destinados para cessão onerosa, um sistema em que as empresas pagam ao poder público para utilizar o espaço.
Os 75 mil metros quadrados restantes serão destinados a um grande parque público. “Todas as áreas operacionais da concessionária Rumo e do futuro Trem Intercidades serão preservadas. Além disso, as áreas da Estação Cultura e do futuro Shopping Popular, assim como Ceprocamp, também estão de fora desse processo”, contou Dário Saadi.
No Pátio Ferroviário poderão ser implantados, futuramente, uma série de serviços de transporte como a estação para o Trem Intercidades e o Trem Intermunicipal. Também poderá abrigar o VLT do Aeroporto de Viracopos até o Pátio Ferroviário.
Segundo o presidente da Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas (Emdec), Vinicius Riverete, segundo o Plano Diretor da cidade, o espaço pode ter uso misto e receber atividades empresariais, culturais, educacionais e gastronômicas. “A proposta leva desenvolvimento à região central através desse projeto. É um projeto bastante audacioso, com potencial para impactar positivamente a história do Centro de Campinas”.
O ministro de Infraestrutura está em Campinas para, entre outros compromissos, participar nesta sexta-feira, dia 28, do fórum “Sesvesp Desafios e Oportunidades na Infraestrutura”, no Royal Palm Plaza.
Apoio para obras antienchente
O ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, afirmou também que vai trabalhar pela liberação de recursos para intervenção nas microbacias hidrográficas do Ribeirão Anhumas (Avenida Princesa D’ Oeste) e do Córrego Serafim (Avenida Orosimbo Maia). O objetivo das obras é mitigar o problema das enchentes em Campinas, principalmente na região do Proença.
No final do ano passado, no dia de Réveillon, a representante comercial Denise Gabiatti morreu após tentar retirar seu veículo que estava estacionado diante da casa dos seus pais na Avenida Princesa d’Oeste. A força da enxurrada a derrubou e ela ficou presa sob o carro. A tragédia gerou comoção e reabriu o debate sobre a falta de solução pública para um caso histórico de inundações. Para parte da opinião pública, a Prefeitura é negligente.
Parceria
De acordo com o prefeito Dário Saadi, o projeto está em estudos e a análise será concluída em algumas semanas. “O ministro se colocou à disposição para encaminhar, dentro do governo federal, uma parceria em termos de financiamento para o início destas obras”, afirmou.
De grande proporção, o projeto propõe uma série de obras de drenagem urbana, incluindo piscinões, alargamento e aprofundamento das calhas hídricas, visando obter um melhor e mais eficiente controle das águas pluviais nos momentos de vazantes. São obras de alto custo e com um período longo de execução.
“Essa questão é muito importante e assim que os projetos estiverem concluídos daremos encaminhamento para oferecer todo o apoio técnico e financeiro para que os projetos possam acontecer”, disse o ministro.
Sobre o recurso para as obras, Gomes de Freitas afirmou que será necessário fazer a alocação de prioridades e dependerá de aportes do Orçamento Geral da União. “Faremos remanejamento, mas não vai faltar apoio. É muito meritório, um município como Campinas precisa deste tipo de suporte. É uma questão muito séria que precisa ser tratada”, disse
Solução definitiva para enchentes na Princesa d’Oeste fica no papel