Nascido em Campinas e revelado no Moisés Lucarelli, com diversas passagens pela Ponte Preta e um breve período no Guarani, entre outras importantes equipes do futebol brasileiro no currículo, o ex-atacante Roger Silva, de 36 anos, viveu uma temporada repleta de mudanças e adaptações em 2021.
Nos primeiros meses do ano passado, Roger defendeu a Inter de Limeira no Campeonato Paulista e marcou dois gols em 12 jogos. Com o término do Paulistão, em maio, Roger decidiu pela aposentadoria dos gramados, deixando para trás uma carreira que englobou mais de 20 clubes, incluindo os três grandes da capital paulista: São Paulo, Palmeiras e Corinthians. O atleta também vestiu as camisas de Internacional, Botafogo, Fluminense, Athletico-PR, Vitória, Ceará, Bahia, Sport e Chapecoense, entre outras equipes do Brasil e do exterior.
Artilheiro do século da Ponte Preta, à frente de Washington, Roger é o 15º maior goleador da história do clube, com 67 gols marcados em 201 jogos, divididos por cinco passagens entre 2003 e 2020.
Por coincidência do destino, Roger marcou o último gol da carreira no Majestoso, mais simbólico impossível, na vitória da Inter por 1 a 0 sobre a Ponte Preta, em abril, pela primeira fase do Campeonato Paulista. O triunfo foi fundamental para a equipe de Limeira chegar ao mata-mata da competição estadual pela primeira vez desde o histórico título paulista de 1986, mas o sonho do bicampeonato acabou nas quartas de final, onde a equipe do ex-técnico bugrino Thiago Carpini acabou eliminada pelo Corinthians.
Em 2010, emprestado pelo São Paulo, Roger viveu uma curta, porém produtiva passagem de três meses pelo Guarani, onde se destacou marcando seis gols nas primeiras sete rodadas do Campeonato Brasileiro. Artilheiro da Série A no momento da paralisação da competição para a Copa do Mundo da África do Sul, ele foi negociado pelo Tricolor durante o Mundial e deixou o Bugre com destino ao Kashiwa Reysol, do Japão.
Logo após pendurar as chuteiras, Roger Silva aceitou convite para assumir a função de gerente de futebol da Inter de Limeira, portanto continuou na equipe, sendo encarregado da montagem do elenco para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série D. A experiência como dirigente, no entanto, durou somente três meses. Em agosto, ele saiu dos bastidores e assumiu o comando técnico da equipe no lugar de Dyego Coelho, demitido após apenas uma vitória nos primeiros oito jogos da fase de grupos da competição nacional.
Em março de 2020, no último jogo do futebol brasileiro antes da paralisação por conta da pandemia de Covid-19, Roger marcou um gol e foi expulso no Dérbi 196, o último clássico campineiro que disputou com a camisa da Ponte Preta. O duelo acabou com espetacular vitória do Guarani por 3 a 2 de virada, no Brinco de Ouro.
À frente da Inter de Limeira nas seis partidas finais da primeira fase, Roger obteve quatro vitórias e duas derrotas, com aproveitamento de 66% dos pontos. O desempenho não foi suficiente para classificar o time ao mata-mata da Série D, mas seu nome chamou a atenção do mercado. Em outubro, ele foi contratado pelo Athletic Club, de São João del-Rei (MG), para iniciar um novo desafio como técnico.
Tradicional equipe do interior mineiro, fundada em 1909, o Athletic Club retornou ao profissionalismo em 2018, após quase 50 anos, tornando-se um dos primeiros clubes do Brasil a se transformar em Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Após conquistar o acesso em 2020, o Athletic se prepara para a sua segunda temporada consecutiva na elite estadual.
Embora viva a sua segunda experiência como treinador, esta é a primeira vez que Roger Silva desfrutará de tempo para implementar suas ideias nos treinamentos. A pré-temporada do Athletic Club começou no dia 1º de dezembro, mas a preparação de Roger começou ainda em outubro, quando ele buscou estudos e concluiu a Licença B da CBF Academy, curso focado nas categorias de base.
“Não tenho dúvida que saí do curso muito melhor do que cheguei. Recomendo a todas as pessoas que buscam exercer essa função a fazerem o curso, pois aborda pontos importantes nos aspectos físico e tático do jogo”, recomendou Roger.
“Além de todo o aprendizado, o curso é um momento importante de interação dos profissionais. Pude unir o meu conhecimento prático com o teórico, além de ter fortalecido o relacionamento com outros treinadores”, destacou o treinador Roger Silva.
Consciente de que é preciso manter atualização constante para seguir desenvolvendo um bom trabalho como treinador, Roger já se programou para concluir a Licença A da CBF em maio deste ano, em Águas de Lindoia, mas antes disso ele quer mostrar serviço no Campeonato Mineiro, com início previsto para o dia 26 de janeiro. “Estou pronto e motivado para esse desafio em Minas Gerais. Com tudo que aprendi no curso, chegarei ainda mais preparado para desenvolver um grande trabalho no Athletic. Farei de tudo para atingir os objetivos do clube”, afirmou Roger Silva.
“Estamos montando uma equipe que atuará com bola no chão e jogo apoiado. Será um time que marcará muito para recuperar logo a posse. Gosto que as minhas equipes tenham esse conceito. A expectativa é formarmos um time competitivo que representará muito bem as cores do Athletic”, descreveu Roger.
“Tenho visto um empenho muito grande dos atletas e também da diretoria, que não tem medido esforços para nos disponibilizar uma boa condição de trabalho. Estou tendo tempo para analisar alguns jovens das categorias de base e tem me chamado atenção a qualidade deles. Seguimos atentos ao mercado e vamos qualificar ainda mais o nosso time”, garantiu.