Segundo dados atualizados (2024), cerca de 85% dos homens e 33% das mulheres irão experimentar a alopecia em algum momento. Aproximadamente, 35 milhões de homens e 21 milhões de mulheres sofrem de queda de cabelo em todo o mundo, sendo um dos principais incômodos envolvendo a aparência. No entanto, para além da autoestima, a perda dos fios em excesso é preocupante, já que pode sinalizar diversas doenças envolvendo a saúde no geral.
Especialistas aconselham atenção à movimentação dos próprios fios. Ao lavar, por exemplo, é possível verificar se a queda está mais acentuada que o normal, se for o caso, deve-se, portanto, iniciar os cuidados necessários à saúde capilar.
A origem para o problema pode vir de diversos fatores, desde causas genéticas e hormonais, até hábitos e situações que não esperávamos que afetasse, também, a saúde capilar.
Confira alguns dos motivos mais comuns de queda de cabelo segundo o médico José Carlos Maruoka, dermatologista e especialista em medicina capilar, e Regina Carralero, também especialista em medicina capilar e nutricionista na Clínica Pineapple Hair Brasil:
Cigarro
Com base em dados do Progress Hub, 12,6% da população adulta do Brasil fuma. O tabagismo é mais prevalente entre os homens brasileiros (15,9%) em comparação com as mulheres brasileiras (9,6%).
Cigarro, charuto, cachimbo, cigarrilha, narguilé, cigarro eletrônico, entre outros, contam com substâncias tóxicas que prejudicam o organismo humano e também podem prejudicar a saúde de seus cabelos.
“O cigarro pode influenciar na queda capilar de algumas formas e isso ocorre devido às toxinas que danificam os folículos. Além disso, há uma redução do fluxo sanguíneo para o couro cabeludo impedindo que o sangue transmita os nutrientes necessários para a raiz do cabelo, e há, também, um aumento do estresse oxidativo, fazendo com que os cabelos percam a coloração precocemente.”, comenta o médico.
Anemia
A falta de ferro no corpo é a carência mais comum nas pessoas. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam que 30% da população global é anêmica. No Brasil, o Ministério da Saúde aponta que mais de 29% das mulheres adultas apresentam a doença. Além disso, estima-se que até 50% da população tenha carência de ferro, sobretudo em grupos com menor renda.
Segundo o especialista, isso implica muito na saúde de nossos cabelos, devido ao ciclo de crescimento do cabelo, que repõe a perda capilar diária de, em média, 100 fios por dia. Quando nosso corpo está com baixa hemoglobina, temos um impacto direto na saúde e ciclo natural dos fios. Combinada com outros fatores, essa perda por deficiência de ferro pode se desenvolver, resultando em calvície.
“Dependendo do tipo de anemia, mais de um fator pode influenciar na queda capilar. O principal é a deficiência de ferro. O ferro é essencial no transporte de oxigênio pelo corpo; tendo menor oxigenação dos folículos capilares, há prejuízo no ciclo de crescimento dos fios”, explica a nutricionista Regina Carralero.
Diabete, hipertensão e outras doenças silenciosas
Assim como o cigarro, algumas doenças silenciosas podem causar o mesmo tipo de dano, resultando na perda de cabelos, como é o caso da diabete, hipertensão, taxa de triglicerídeos alta ou obesidade. Acontece que essas enfermidades causam lesões nos mesmos vasos que o fumo prejudica, impedindo que os fios sejam nutridos.
“Além do óbvio, quando falamos de diabetes (alteração da glicose), a síndrome metabólica também influencia os níveis hormonais, propensão a infecções fúngicas e bacterianas, e desidratação. Todos os fatores podem ser relacionados quando estudamos os quadros de queda capilar dos nossos pacientes.”, comenta a especialista.
Estresse emocional e/ou físico
Quando o assunto é queda de cabelo, o estresse é um dos maiores vilões. Você perde cabelo quando o estresse ataca e fica estressado quando perde cabelo. Um ciclo vicioso quase sem fim. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que o Brasil é o país com o maior número de pessoas ansiosas: 9,3% da população.
“A principal forma que o estresse afeta a saúde capilar é por meio do cortisol, um hormônio que é liberado em momentos de tensão ou ansiedade e afeta o ciclo de crescimento dos fios – encurta a fase anágena (crescimento) e prolonga a fase telógena (queda). Além disso, o estresse pode também enfraquecer os fios com a produção de radicais livres, causar uma condição autoimune e levar à tricotilomania (compulsão por arrancar os fios de cabelo)”, detalha o médico.
Hormônios na gravidez e na velhice
Em gestantes e puérperas, as alterações hormonais e o estresse do parto provocam uma queda de cabelo nas mamães que acabaram de dar à luz. “A queda de cabelo relacionada à gravidez acontece, no geral, após o parto, com a queda repentina dos hormônios estrogênio e progesterona – que, durante a gravidez, prolongam a fase de crescimento dos fios. A queda é temporária e, caso permaneça, é um indicativo de que há algo a mais prejudicando a saúde dos fios.”, esclarece a especialista.
Na alopecia senescente (também conhecida como “alopecia senil”, é quando os cabelos do couro cabeludo se tornam extremamente finos em diâmetro e pode ser acompanhada ou não da queda de cabelo), provocada pelo impacto do avanço da idade no organismo, o estresse também é fator potencializador, acometendo homens e mulheres sem distinção, por influência genética ou hormonal.
Como tratar a queda de cabelo
Existem vários tratamentos para a queda de cabelo, dependendo da causa. Quando o médico determina o tipo de queda de cabelo, pode-se prescrever um tratamento adequado. O Ministério da Saúde alerta que é preciso evitar usar produtos caseiros e “milagrosos”. A recomendação é sempre procurar ajuda médica.
“Cada caso tem um tratamento específico, mas um dos meios de tratamento mais simples da queda capilar é por uso de medicamentos, onde o especialista prescreve medicamentos para consumo oral a fim de bloquear o hormônio que causa a alopecia androgênica e, além disso, outras drogas destinadas a engrossar o cabelo”, pontua o especialista.
Outra forma de tratar do couro cabeludo, é por meio de tratamentos sem cirurgia, explica o médico. Esses procedimentos envolvem protocolo de terapia capilar avançada, com mesoterapia, nanotecnologia PRP, led terapia, alta frequência, soroterapia, fórmulas individualizadas, sempre com acompanhamento e assistência médica.