O diretor-presidente da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), Paulo Rebello, confirmou em depoimento nesta manhã de quarta-feira (6) na CPI da Covid no Senado Fedaral que trabalhou como chefe de gabinete do líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), mas negou qualquer influência de Barros em sua indicação para a agência. Ele disse em resposta a Renan Calheiros (MDB-AL) que foi indicado à ANS pelo sucessor de Barros no Ministério da Saúde, o ex-ministro Gilberto Occhi. A indicação chegou a ser retirada na véspera da sabatina, mas foi posteriormente confirmada. Senadores criticaram a tentativa de Rebello de se desvincular de Barros. “O senhor está sendo muito ingrato com Ricardo Barros”, cutucou o senador Otto Alencar (PSD-BA).
Leitos privados
Em resposta a Renan Calheiros (MDB-AL) sobre suposta posição contrária da ANS ao uso público de leitos hospitalares, Paulo Rebello disse que a agência nunca “se pronunciou oficialmente” nesse sentido. “Trabalhamos numa diretoria colegiada, e um único diretor havia feito esse encaminhamento. Mas o poder público pode requisitar, sim, os leitos da iniciativa privada. A orientação majoritária foi no sentido de que houvesse uma pactuação entre as partes, porque aí você ia desorganizar a saúde suplementar. Julgar de uma forma abstrata fica bem complicado”, argumentou.
Renan disse considerar “gravíssima” essa informação e que a atitude da ANS aumentou o número de mortes por Covid.
Caso Prevent Senior
Questionado sobre o que poderia ter sido feito para evitar o caso da Prevent Senior, Paulo Rebello afirmou que a ANS trabalha sob demanda, atuando apenas nas reclamações que recebe. “Nesses fatos que a CPI narra, nós não tivemos conhecimento. Não há nenhuma denúncia de nenhum prestador perante a agência. Não tínhamos como fazer qualquer atitude regulatória para que a gente pudesse analisar”, respondeu.
Compensações para vítimas da Covid-19
Antes do início do depoimento de Rebello, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que a CPI vai propor medidas compensatórias às vítimas do coronavírus, como pensão especial para órfãos de baixa renda e inclusão da Covid-19 no rol de doenças que podem motivar aposentadoria por invalidez.
Fonte: Agência Senado