Com a pandemia, as pessoas passaram a se perguntar “o que fazer se algo acontecer comigo?” A ideia da morte, da necessidade de interromper o trabalho ou mesmo ficar em isolamento era algo distante e ninguém imaginava que iria acontecer. O cenário da Covid-19 trouxe essas questões para mais perto e fez com que muitas pessoas passassem a pensar no seguro de vida, ou seja, em uma forma de proteção de renda em momentos de imprevisibilidade.
Apesar de pandemia ser uma cláusula de exclusão no seguro de vida, as seguradoras pagaram indenizações nesses dois anos de Covid-19.
Dados da FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida) apontam que, entre abril de 2020, quando a pandemia já havia sido decretada, e março de 2022 foram registrados 175.307 sinistros e pagos R$ 6,5 bilhões em indenizações decorrentes da Covid-19 pelo mercado segurador.
Em termos de contratos fechados, dados da Susep apontam que o volume de prêmios dos seguros de pessoas (valor que os segurados pagam às seguradoras) atingiu R$ 50,8 bilhões no acumulado de 2021 — o número é 12,4% maior em relação ao registrado no ano anterior.
O destaque ficou, justamente, com o seguro de vida individual, responsável por R$ 23,5 bilhões, um crescimento nominal de 17,4% no mesmo período.
A FenaPrevi encomendou ao DataFolha pesquisa sobre a percepção dos brasileiros não só em relação à crise sanitária da Covid-19, mas também suas preocupações diante de riscos futuros e quais atitudes vêm tomando desde então para protegerem a si mesmos, a família e o patrimônio. Esse estudo, divulgado no mês passado, apontou que, entre os sentimentos surgidos a partir da crise sanitária, o grande medo é deixar a família sem condições de se manter e o de não ter moradia, além do receio de não conseguir o sustento por problemas de saúde ou perda do emprego.
O levantamento conseguiu demonstrar como o seguro de vida pode atender essas necessidades. Entre as pessoas entrevistadas, um dado importante: 64% das pessoas que afirmam ter seguro de carro não tem seguro de vida – que é justamente uma forma de planejamento financeiro e uma ferramenta para se antecipar a alguns tipos de imprevistos como acidentes.
É possível gerenciar melhor os riscos e ter mais benefícios em vida.
Esse tipo de apólice garante tranquilidade financeira em caso de afastamento do trabalho por invalidez, acidente e doenças, abrangendo até 27 eventos cobertos para enfermidades e transplantes. Além disso, os seguros de vida oferecem cobertura para pagamento de despesas médicas, hospitalares e odontológicas por acidente e antecipação em caso de doença em fase terminal.
Outra cobertura relevante é a reposição de perda financeira devido ao afastamento do trabalho. Nesse caso, a cobertura de DIT (Diárias por Incapacidade Temporária) permite o segurado repor sua perda de renda se for preciso afastar-se do trabalho por doença ou acidente até que volte trabalhar. A cobertura é válida para 250 profissões, incluindo MEI (Microempreendedor individual).
Profissionais liberais, autônomos e empresários que dependem da sua atividade para o faturamento mensal devem olhar com atenção para o seguro de vida, que é importantíssimo por oferecer suporte financeiro até que possam se restabelecer por completo, após um imprevisto.
Mas independente de profissão ou idade, o receio de perder entes queridos e a instabilidade econômica durante a pandemia trouxeram maior interesse pela apólice. Os brasileiros viram que essa é uma forma segura para proteger seu patrimônio, sua renda e a sua família.
Walmando Fernandes, administrador de empresas e MBA em gestão empresarial, é Head da Porto na região de Campinas