Por Kátia Camargo
Muita inspiração, troca de experiências, reflexões e provocações marcaram o primeiro dia da 16ª edição do encontro Educação & Protagonismo, promovido pela Fundação Educar. Após 15 edições presenciais, ocorridas em Campinas, o evento gratuito estreou em formato on-line nesta terça-feira (14), expandido a possibilidade de participação de educadores dos mais diferentes lugares do Brasil.
O debate conta com a presença de grandes pensadores da educação e, no primeiro dia, participaram o educador e filósofo colombiano Bernardo Toro, a doutora em Educação e mestre em Psicologia da Educação Emília Cipriano e a doutora em Psicologia Escolar Lilian Bacich. A mediação ficou por conta da doutora em Educação e mestre em Psicologia Educacional pela Unicamp, Flávia Vivaldi.

A abertura foi com Bernardo Toro que falou sobre Educação em Tempo de Mudanças destacando que o grande valor de um educador na sociedade é a aprendizagem.
O pensador fez uma provocação aos participantes: “O que queremos que a próxima geração aprenda?”. Para ele, um país começa a ser sério na educação quando não culpa os alunos. “Se alguém não aprende vale mudar o método, a motivação”, disse.
Toro acredita que a primeira grande mudança está em educar a criança para que ela entenda que pertence a uma grande família humana e que todos fazem parte da mesma ‘’casa”.
“É muito importante que as gerações entendam como funciona a natureza, quais são suas leis, para que saibam cuidar e respeitar. Além disso, ele acredita que a primeira aprendizagem básica é o autocuidado, conhecer coisas boas para a saúde, o que podemos ou não comer, eliminar as coisas inúteis. Com a pandemia aprendemos que a saúde é nosso bem mais importante e isso reverbera na educação também”, destacou.
A literatura como um caminho

Alfabetização na infância: uma experiência transformadora foi o tema abordado pela doutora em Educação e mestre em Psicologia da Educação Emília Cipriano. Ela destacou que os educadores têm um legado para deixar.
“Lidar com incertezas se tornou um grande desafio. Estamos marcando a história da humanidade. Estamos passando por um período de quase dois anos vividos em outras perspectivas e o professor não foge a luta, estivemos presentes o tempo todo”, destaca Emília.
Para ela, esse momento de retomada da escola é preciso dar voz para as crianças fazerem suas narrativas e um caminho a ser percorrido é formar bons leitores e escritores.
“A alfabetização verdadeira está relacionada a tudo que vivemos no cotidiano”, avalia.
Emília destaca ainda sobre a importância da pedagogia da escuta. “Aprender a escutar. Crianças e jovens estão vivendo situações que não vivemos, precisam ser escutadas e isso é fundamental”, diz.
Educação híbrida

Lilian Bacich, doutora em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano trouxe o tema Educação Híbrida: Estratégias e Metodologias eficazes.
A especialista destaca que tem algo que traduz bem a ideia da educação hibrida que é alcançar diferentes sujeitos da mesma forma.
“O propósito é de desenvolver esse estudante que está inserido no século XXI, de forma integral”, diz.
O evento continua nesta quarta-feira (15) com os palestrantes Ivan Capelatto, que trará o tema Saúde mental e emocional no ambiente escolar, Cláudia Werneck e Rodrigo Hübner Mendes que discorrerão sobre Inclusão e diversidade nas escolas, e a ginasta Rebeca Andrade que abordará o tema Protagonismo e oportunidade – Uma jornada de ouro.