O ano de 2022 não começou da maneira que se esperava e a oferta de empregos, em vez de avançar, encolheu. No primeiro trimestre deste ano foram gerados na Região Metropolitana de Campinas 26,85% menos postos de trabalho na comparação com o mesmo período de 2021. Os dados são do novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), avaliados pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic).
Os números de março refletem os impactos da alta da inflação e da guerra na Ucrânia. A geração de postos de trabalho na RMC foi 5,08% menor em março deste ano na comparação com março de 2021 (5.106 contra 5.379). Já em relação a fevereiro deste ano, a redução chegou a 40,08%.
De acordo com a avaliação da Acic, as únicas atividades econômicas que cresceram no número de admissões foram os Serviços e a Agropecuária. A primeira, em 95,5%, e, a segunda, em 49,4%. A Construção Civil recuou em 86,99%, a Indústria em 76,7%, e o Comércio, em 41,64%, frente a março do ano passado.
Na comparação com fevereiro de 2022, na RMC, todas as atividades econômicas apresentaram queda na geração de postos de trabalho. Em fevereiro, a soma das contratações chegou a 8.521, contra as 5.106 de março, uma redução de 40,08%.
Campinas
Em Campinas, foram gerados, em março deste ano, 1.627 postos de trabalho, o que representa 55,84% a mais do que os 1.044 postos criados em março de 2021.
O setor de Serviços foi o único que expandiu (113,68%). A Agropecuária regrediu em 287,50%; a Construção Civil em 44,13%; o Comércio em 30,23%, e a Indústria em 26,88%, em relação a março de 2021. Já em relação a fevereiro deste ano, apenas a Indústria de Transformação apresentou elevação em Campinas (56,92%).
“Avaliando os números no acumulado do ano de 2022, (janeiro a março), constata-se que o primeiro trimestre deste ano gerou 26,85% menos postos de trabalho na RMC, do que o mesmo período de 2021”, explica o economista e diretor da Acic, Laerte Martins.
O economista destaca, ainda, que o salário médio de admissão apresentou uma redução de 2,03% em março, sobre o salário de fevereiro de 2022 (R$ 1.782,57 contra R$ 1.821,29), demonstrando que a média salarial continua em queda.
“A qualificação do emprego também permanece abaixo das especificações e necessidades da mão de obra procurada pelas empresas. Para os próximos meses, o cenário quanto a uma eventual expansão da mão de obra é de indefinições, devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, que já mostra um impacto negativo no crescimento de mais postos de trabalho, na nossa região e no País”, analisa Laerte Martins.
Nível Nacional
Em nível nacional, segundo o Novo Caged, o Emprego Formal com Carteira Assinada, em março de 2022, apresentou um saldo positivo de 136.189 postos de trabalho, decorrente de 1.953.071 admissões e de 1.816.882 demissões.
Em relação a março de 2021, o emprego reduziu-se em 26,04%, com volumes em expansão de 12,77% no segmento de Serviços e de 0,16% na Construção Civil. O Comércio demitiu 98,04%, a Indústria 63,80%, e a Agropecuária 466,19%.