O mês de julho terminou com a criação de 8.802 vagas formais de trabalho na Região Metropolitana de Campinas (RMC), de acordo com análise do Observatório PUC-Campinas, com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Foi o terceiro mês seguido de alta na geração de emprego. No acumulado de 2021, o saldo é positivo em 46.725 postos.
As vagas do setor de Serviços, sobretudo aquelas ligadas à informação, comunicação e atividades financeiras, representaram 25% do total de vagas geradas.
Os postos criados no setor industrial somaram 23%. Já o Comércio, com a flexibilização das medidas restritivas de controle da pandemia, gerou 1.873 vagas (21%). Delas, apenas 7% estavam ligadas às atividades de alojamento e alimentação.
“Entre as atividades de serviços, o ponto de destaque é a geração de contratos de trabalho nos serviços de tecnologia da informação, típico para atendimento às novas demandas associadas às estratégias de atuação remota. Na outra ponta, os segmentos de comércio e alimentação, em especial esse último, vêm apresentando recuperação mais consistente a partir da flexibilização dos protocolos de distanciamento, visto que tais atividades demandam aglomeração”, diz Eliane Rosandiski, economista responsável pela análise.
Segundo o levantamento, a ocupação das vagas ocorreu de forma equilibrada entre homens e mulheres, com cerca de 50% das vagas destinadas a cada gênero. O profissional com ensino médio completo continuou sendo o perfil mais demandado em julho, ocupando 77% dos postos de trabalho oferecidos.
Grande parte dos contratados (48%) pertence à faixa etária de 18 a 24 anos, enquanto os trabalhadores acima de 50 anos continuam perdendo espaço no mercado de trabalho.
“A recomposição do emprego formal vem sendo concentrada na seleção de profissionais mais jovens e com níveis de escolaridade medianos. Esse padrão tem sido amparado, historicamente, no menor valor-hora. Além disso, o elevado nível de desemprego (14,7% da força de trabalho) e de pessoas desalentadas retira o poder de barganha dos trabalhadores na contratação”, diz a professora extensionista.
Eliane reforça que, diante de um quadro inflacionário como o atual, menores salários implicam em perda de poder de compra e comprometem a virtuosidade da recuperação econômica.