Uma empresa metalúrgica de fachada instalada em Sumaré, que supostamente atuaria no setor de fabricação de armas, foi o principal alvo da segunda fase da Operação Black Flag deflagrada pela Polícia Federal de Campinas nesta quinta-feira (19).
A estimativa da PF é que a empresa tenha conseguido perto de R$ 180 milhões em empréstimos fraudulentos, junto à agência de fomento do governo do estado Desenvolve SP, junto a Caixa Econômica Federal e em bancos privados. Esses empréstimos foram obtidos entre 2010 e 20212 – dois anos antes de empresa entrar com pedido de recuperação judicial.
A estimativa da PF, no entanto, é que a rede tenha aplicado golpes que podem chegar a R$ 2,5 bilhões
A estimativa da PF, no entanto, é que a rede formada por pessoas físicas e jurídicas fictícia que compõem o esquema, tenha aplicado golpes de lavagem de dinheiro que podem chegar a R$ 2,5 bilhões.
A primeira fase da operação foi deflagrada em maio deste ano e, a partir da análise dos documentos apreendidos, a Polícia Federal e a Receita Federal identificaram a participação direta de uma empresa de fachada na obtenção de financiamentos milionários para suposta aquisição de maquinário pela empresa controlada pelos membros da organização criminosa.
As investigações detectaram que os envolvidos obtiveram cinco linhas de crédito apenas com a Desenvolve SP que em valores corrigidos seriam hoje de cerca de R$ 60 milhões. Para isso, a empresa se vali de títulos de crédito falsos, além de simularem a compra de equipamentos que nunca foram entregues. Valores em torno de R$ 60 milhões foram obetidos também na caixa e junto aos bancos.
A PF informou em entrevista coletiva, que abriu uma investigação junto a Desenvolve SP para entender as razões pelas quais os empréstimos foram concedidos. Os policiais disseram ter encontrado “falhas” no sistema de concessão. Essas mesmas falhas foram identificadas também na Caixa Econômica, segundo a polícia.
Nesta quinta-feira, foram cumpridos quatro mandados de busca e apreensão nas cidades de São Paulo e Itaquaquecetuba e um mandado de prisão.
O nome da operação vem do latim e significa evolução, uma referência aos desdobramentos da Operação Black Flag e uma referência à agência de fomento alvo da organização criminosa.
Os crimes em apuração nesta fase são fraude na obtenção de financiamento, estelionato e ocultação de bens, cujas penas máximas somadas podem chegar a 21 anos.