A Polícia Civil de São Paulo abriu um inquérito para investigar a conduta de um empresário de Artur Nogueira, na Região Metropolitana de Campinas (RMC). Ele foi gravado dentro de um carro nesta semana lambendo uma arma de cano longo em apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outro momento da filmagem, ele é flagrado caminhando por uma rua da região central de São Paulo exibindo o armamento e pedindo ao presidente que dê um golpe de estado.
O empresário já foi investigado por ameaçar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e por praticar tiros com uma imagem dele. O homem que aparece nas imagens foi identificado como José Sabatini, empresário de 71 anos.
“Bolsonaro, estamos juntos aí na luta. E eu vou mandar um recado aí para você. Um recado, não. É uma ordem que eu estou te dando. Uma ordem, Bolsonaro. Na hora que você colocar a faixa de vencedor das eleições, você vai dar um golpe no Congresso e no Supremo. O golpe vai ser esse, eles vão ter que seguir a Constituição”, discursa o empresário.
Ao caminhar pela via com a arma, o empresário passa ao lado de uma viatura da Polícia Civil, mas em momento algum se intimida ou é abordado.
No ano passado, esse mesmo empresário respondeu a um processo criminal por ameaçar o ex-presidente Lula em um vídeo em que aparecia com uma camiseta do Brasil e atirava contra vários alvos enquanto ameaçava o líder petista.
À época, ele respondeu por ameaça e foi proibido de exibir o vídeo. O processo foi arquivado após acordo com o Ministério Público.
A Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP) informou que o caso é investigado pelo 3º Distrito Policial (Campos Elíseos) e pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), paralelamente.
“As equipes realizam diligências para esclarecer os fatos. Nesta quarta-feira (28), uma espingarda e um revólver foram apreendidos”, informou. A reportagem apurou que as apreensões ocorreram na casa do empresário em Artur Nogueira, mas ele não estava no local e ainda não prestou esclarecimentos.
“O investigado já respondeu a um inquérito policial, instaurado pelo DHPP, por ter proferido ameaças contra um ex-presidente. Nesta ação, já arquivada, foram apreendidas duas armas de fogo”, reforçou a SSP. A reportagem não conseguiu contato com o empresário nem com algum representante.