Entidades que representam empresários e empreendedores do ramo do entretenimento e da gastronomia em Campinas estão em polvorosa. Eles acabam de divulgar um posicionamento bastante crítico a um projeto de lei do vereador Nelson Hossri (PSD) que proíbe eventos patrocinados pela indústria de bebidas em espaços públicos da cidade.
Para esses representantes, a iniciativa do parlamentar, conhecido por pautas polêmicas e conservadoras, inviabilizará a maioria dos grandes eventos em praças e o turismo gastronômico, além de comprometer a geração de empregos temporários.
O presidente da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) Regional Campinas, Matheus Mason, é um dos gestores do setor que decidiu vir a público para criticar a proposta. Segundo Mason, atualmente, todos os eventos ligados ao setor gastronômico, como o DegustArt, realizado anualmente, tem a indústria de bebidas como parceira nos projetos.
“A Abrasel Regional Campinas já está trabalhando para sensibilizar o autor do projeto de lei e os próprios vereadores que compõem as comissões da Câmara de Campinas do quanto a proposta é prejudicial para a cidade e a população, para que ele seja retirado de pauta”, afirma Matheus Mason.
O vereador Nelson Hossri (PSD reagiu às notas divulgadas por entidades do setor da gastronomia, do turismo e dos eventos. Em contato com o Hora Campinas, ele negou que tivesse retirado o assunto de pauta na sessão dessa quarta-feira (8). “Eu pedi vista na Comissão de Legalidade para exatamente debatermos com os setores cervejeiros, restaurantes, bares, poder público, Abrasel”, pontuou o vereador.
Lazer
Como exemplo da importância dos eventos e festivais para Campinas, Matheus Mason cita o DegustArt, que leva lazer, cultura, entretenimento e gastronomia para a população local e regional, de forma democrática, além de divulgar o turismo local e promover os estabelecimentos da cidade. “Um evento como o DegustArt gera mais de 1,1 mil empregos diretos e indiretos, levando renda para os trabalhadores e movimentando o comércio local”, pondera.
Mason explica, ainda, que que ao contrário do que afirma o vereador no PL, a indústria de bebidas é a maior promotora do consumo consciente.
“E quando ela apoia e viabiliza os eventos, consegue trazer uma conscientização do consumo consciente, além de proibir a venda para menores de idade”. E acrescenta. “Proibir eventos com a parceria da indústria de bebidas significa fortalecer o evento clandestino, trazendo mais problemas, e sendo muito mais prejudicial à proposta dos problemas que o vereador deseja resolver.”
Mais um posicionamento
O Campinas e Região Convention & Vistors Bureau (CRC&VB) também divulgou à imprensa sua posição totalmente contrária ao Projeto de Lei (PL) do vereador Nelson Hossri, que veda a realização de eventos patrocinados ou copatrocinados por empresas do ramo de bebidas alcoólicas ou de cigarros em espaços da Prefeitura de Campinas.
Para o Convention, além de “ceifar a população de atividades de cultura e lazer”, a proposta também inviabiliza qualquer evento na cidade, prejudica a geração de empregos temporários e reduz a arrecadação de impostos para o poder público.
Evento promovido há mais de dez anos, que reúne anualmente mais de 20 mil pessoas na Praça Carlos Gomes e ajuda na divulgação da cidade em todo o Estado, o Chefs Campinas seria um dos eventos que deixariam de existir caso o PL venha a ser aprovado pelos vereadores.
Outros dois eventos semelhantes, como o Chefs Ouro Verde e Chefs Campo Grande, iniciados no ano passado, também deixariam de existir.
“O Campinas e Região Convention é totalmente contrário a este projeto de lei, pois sem o patrocínio de empresas ligadas ao setor de bebidas os eventos como o Chefs Campinas e eventos semelhantes, que começamos a realizar na periferia, levando cultura e lazer para a população, se tornariam inviável de acontecer”, justifica o presidente do CRC&VB Vanderlei Costa.
Além de proporcionar lazer e cultura para a população, os eventos, pondera Vanderlei Costa, “resultam em geração de milhares de empregos diretos e indiretos para profissionais de diversas áreas, além de gerar renda e impostos”.
“Aprovar um projeto como este é ir na contramão de todo um trabalho que o Campinas e Região Convention prega para popularizar os eventos, a gastronomia local e colocar a cidade no mapa cultural e de eventos de nossa região”, completa ele.