Como a Região Metropolitana de Campinas (RMC) é uma grande importadora de insumos industriais, o custo de importação destes produtos afeta diretamente os custos de produção local, e, portanto, impactam preços regionais e nacionais. Segundo estudo feito pelo Observatório PUC-Campinas, a alta do dólar e o conflito entre Rússia e Ucrânia estão forçando as empresas a buscarem substitutos locais.
O estudo feito pelo Observatório PUC-Campinas sugere que é preciso incentivar fornecedores nacionais a melhorarem seus produtos para atender essa necessidade de mercado. Recomenda-se que, quando possível, as empresas regionais busquem o desenvolvimento de fornecedores.
“Do ponto de vista da política econômica, os formuladores de política, em âmbito nacional e regional, devem fomentar a substituição de importações em setores estratégicos, facilitando o desenvolvimento e implementação de ações que visem ganhos de produtividade”, disse o professor Paulo Oliveira, coordenador da pesquisa.
A pauta de importação da RMC é composta, sobretudo, por produtos industrializados, como por exemplo componentes para montagem de veículos, semicondutores para montagem de equipamentos eletrônicos. Incluindo também compostos heterocíclicos, insumo para indústria química e farmacêutica e os agroquímicos, utilizados na agricultura. Esses setores representam em grande parte as importações da região.
Na RMC, aponta, houve um impacto muito grande, principalmente na indústria automobilística, que está enfrentando a alta de preços de peças utilizadas nos veículos e também na escassez de algumas delas, o que afeta não só custos, mas também a produção. Esse, entretanto, não é o único setor impactado e muitas empresas já estão buscando substitutos entre os fornecedores, mas enfrentam dificuldades com qualidade e custos.
“As limitações tecnológicas, que impactam sobretudo a produtividade nacional, é um fator que deve dificultar essa realocação, e pode comprometer a competitividade das exportações”, diz o professor.
Perspectivas
O estudo também aponta que os problemas continuarão a afetar a produção nacional. O contexto das cadeias globais de valor continua desfavorável para o fornecimento de insumos, sem mudanças a curto prazo sobre os conflitos na Ucrânia, a desvalorização do real e com sinais de aumento nos casos de Covid.