O ex-prefeito de Paulínia, Antônio Miguel Ferrari, o Loira (DC), foi convocado pela Câmara Municipal para assumir uma cadeira como suplente de seu partido. Ele vai ocupar a vaga do vice-presidente do Legislativo João Mota (DC) que foi afastado do cargo pela justiça, no último dia 25, à pedido do Ministério Público (MP), em uma investigação de crime de corrupção passiva.
Mota é suspeito de ter implantado no gabinete, o esquema de desvio de dinheiro conhecido como “rachadinha”. Segundo denúncia do MP, o parlamentar ficava com parte do salário de uma funcionária. O caso corre em segredo.
De acordo com nota da Câmara de Paulínia, Loira tem prazo de até 15 dias para tomar posse, podendo inclusive participar da 12ª sessão ordinária de hoje, a partir das 16h, caso esteja munido da documentação necessária.
“Reforçamos que a Presidência seguiu com cautela e precisão o regimento interno, os pareceres da Procuradoria da Casa e as decisões judiciais tomadas”, diz Fábio Valadão (PL), presidente da Câmara.
Investigação
Atendendo a um requerimento da promotora de Justiça Verônica Silva de Oliveira, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo determinou a suspensão da função pública de Mota, no último dia 25.
“A promotora ofereceu denúncia contra o vereador e sua esposa, após investigação que coletou mensagens de WhatsApp, extratos bancários, filmagens e depoimentos, apurando crime de corrupção passiva. O ilícito foi delatado por uma ex-funcionária”, informou o MP.
A reportagem não conseguiu contato com o vereador afastado. Mota é casado com Maria Helena Mota Martins, é empresário do ramo de terraplanagem e estava no segundo mandato.
Loira
Loira já teve três mandatos como vereador. Em 23 de janeiro de 2019, como presidente do Legislativo, assumiu interinamente o cargo de prefeito, em razão da cassação do então prefeito à época. Ficou na cadeira até o dia 4 de outubro de 2019. Nas últimas eleições não conseguiu voltar à Câmara, mas ficou como primeiro suplente de seu partido.