O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cumpre agenda nesta quinta-feira (5) na região de Campinas e sua presença promete agitar os bastidores do poder. Na parte da manhã, será recebido em Sumaré pelo presidente da Câmara Willian Souza, do mesmo partido. O ex-presidente e pré-candidato visitará a Vila Soma, ocupação que foi legalizada e virou um bairro na região central da cidade.
No período da tarde, às 15h, o ex-presidente tem encontro com prefeitos no Royal Palm Plaza, em Campinas. A reunião não será aberta ao público.
Referência econômica, tecnológica e científica, Campinas, aliás, segue firme como polo político de relevância no xadrez eleitoral de 2022, sendo rota obrigatória para postulantes a cargos eletivos.
Em pouco menos de 20 dias, já recebeu pré-candidatos ao governo de São Paulo, nomes que ajudarão de alguma forma na movimentação das peças do xadrez eleitoral da sucessão no Planalto.
Esteve em Campinas para compromissos políticos o ex-ministro de Infraestrutura do governo Bolsonaro, Tarcísio de Freitas (Repub), pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes. Foi o caso também do atual governador paulista, Rodrigo Garcia, que tenta viabilizar a sua eleição após ter sido chancelado por João Doria (PSDB).
Unicamp
A agenda mais controversa será no Teatro de Arena da Unicamp, às 16h, quando ministrará uma aula magna. A expectativa é de que 10 mil pessoas se reúnam no local. O ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad acompanhará Lula.
A presença de Lula na Unicamp foi organizada por professores e entidades estudantis, mas nos bastidores comenta-se que a vinda do ex-presidente causou irritação em alguns setores da universidade, principalmente os ligados à Medicina. Uma carta de repúdio estaria sendo preparada, mas nada foi divulgado até agora.
O ex-presidente concedeu entrevista à rádio CBN Campinas na manhã desta quarta-feira (4) e, entre outros assuntos, afirmou que a campanha deste ano será complicada. Segundo ele, no passado havia respeito entre os adversários.
“Com o atual presidente é tudo muito difícil porque ele é cercado de milicianos em quase todo território nacional, ele gosta de estimular o ódio, gosta de estimular a briga, gosta de estimular a provocação, o que não faz parte do nosso diário na política. (…) Mas eu estou convencido de que nós vamos fazer uma campanha no nível muito alto”, afirmou.
Ele ainda exaltou a parceria com Geraldo Alckmin como vice em sua chapa. “Eu acho que o Alckmin agrega experiência, agrega o setor da sociedade que durante muito tempo não votou no PT, não quis votar no PT, e o Alckmin agrega pessoas que pensam diferente de nós em muitas outras coisas”, disse.